(...) neste nosso tempo, um tempo mítico, somos todos quimeras, híbridos – teóricos e fabrica- dos – de máquina e organismo; somos, em suma, ciborgues.
Antes de mais nada, eu não gosta da Beyoncé. Não estou falando da persona, que tampouco conheço, é da música, fazendo uso da metonímia da coisa. Igualmente não gosto de muita coisa do cenário pop, mas até que gosto de algo. Recentemente quem tem me alegrado a vida é Lily Allen, Lady Gaga, Lorde que, encorpando o caldo ralo desses meus escritos, são muito mais feministas (seja lá o que isso for) do que Beyoncé.
Leio crítica feminista faz muito tempo, com ajuda de ensaios muito mais antigos do que minhas parcas digressões sobre o tema, e continuo tentando me entender enquanto pessoa, porque enquanto mulher, nem Beauvoir me ajuda.
Mas sei o que sinto, e sinto um incômodo na medula óssea das minhas convicções toda vez que associam Beyoncé ao feminismo e, reparem, que uma altura dessas, em que ela, Beyoncé, é a própria metáfora do feminismo, já morri sem quimioterapia conceitual.
E não é por Beyoncé ser o maior expoente da cultura pop do momento, cultura pop tão o flautista de Hamelin, conduzindo os ratinhos (e as crianças) para um outro mundo, através de sua música hipnótica. Não. Falta algo ali. E talvez seja a coerência. E talvez eu seja muito chata.
Músicas como Run the world não me parecem um grito feminista, mas sim pueril, quase como brincadeira de criança, em que meninas brincam contra meninos e não com meninos. E onde fica a igualdade? Preterida?
Inté.
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