sábado, 4 de julho de 2015

Mário de Andrade e o desvario



Mário de Andrade é daqueles escritores essenciais. Maravilhoso. Lembro que li Mário na escola, o Macunaíma mesmo e que o meu professor de português, genial, passou o filme Macunaíma com Grande Otelo para minha turma. Ah, os anos 90.

Já no curso de Letras, terminei de me desvairar pelo desvario de Mário modernista, ousado, versado. Mário oculto, Mário profundo, singelo, criador de anti-heróis e curador da nossa cultura. Não entendo quem ama literatura e não ama Mário de Andrade.

Nesse momento está acontecendo a Flip (Festa Literária de Paraty) que está homenageando Mário de Andrade. Por lá discutiram a homossexualidade do querido Mário. Bem, não sei se ocorre a todos os leitores, mas sempre soube disso. 

Sobre Mário é necessário que se fala de muita coisa, mas o certo é que não se pode deixar de falar de Macunaíma. Livro danado, que apresenta um “herói” cheio de contradições, provocações, com diversas falhas, malandragem, safadeza. Um herói que nasce da sujeira interna do ser humano e que se transforma, na viagem da arte, em algo ainda mais insano ou desvairado. A transformação do “herói”, negro nascido, em um branco, padrão social, é antológica e um marco cultural. Macunaíma é um menino mentiroso, traidor, pratica muitas safadezas, fala muitos palavrões, além de ser extremamente preguiçoso.

Inté.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Sejam educados, seus lindos!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...