sábado, 24 de maio de 2014

O Vestido de noiva e a Rainha Victoria




Quando comecei a me envolver na organização de casamento (eu passei por esta fase), por conta da minha índole curiosíssima, comecei a querer saber de todos os pormenores e, adivinhem por qual me fascinei mais? O vestido de noiva. Porque o vestido de noiva é a grande metáfora de tudo, porque é quando todos vêem a noiva, que tudo se torna verdade, eis ali o casamento todo representado em cada ponto, em cada nervura e detalhe do vestido, que para nossa cultura herdou a cor branca. 

E de onde veio isso? 

Sobre a origem do vestido branco, em termos de datas, não há um consenso. Registros históricos dão o nome da Rainha Mary Stuart da Escócia como a primeira a usar o branco para se casar, isso no século XVI. Mas se formos avaliar de forma mais profunda, a história do vestido de noiva está ligada à própria história do casamento, que entendo mais como uma necessidade de cumprir etapas e de erigir símbolos. 

Óbvio que tem toda uma questão nada romântica na raiz das coisas, é sempre assim, mas a necessidade de cumprir etapas me parece ser o legado mais forte. Certo que existiam e existem até hoje casamentos combinados, arranjados, por interesse político e/ou material, a história dos dotes que esteve presente entre nós ocidentais até dia desses, todo mundo sabe disso. 

 No início de tudo, as tradições de casamento exigiam flores e suntuosidade nos vestido (coisa que nos acompanha até hoje), que haveriam de ser diferentes de um vestido comum, isto se falando da nobreza, realeza. As camponeses casavam-se com vestidos especiais também, mas sem luxos. As cores eram variadas, sendo que na Idade Média muito se usou o vermelho, o dourado e até o preto, pois era a cor certa para se apresentar perante o altar católico. O preto era a cor do respeito e da contemplação. Aí entram os casos peculiares, do primeiro uso do branco que, digamos, reverberou de fato, que não foi a "precursora" Mary Stuart, mas sim a jovem Maria de Médice. O branco era uma cor vetada, acredito também por remeter a certos rituais pagãos em que as sacerdotisas se vestiam de branco. Foi um ato de rebeldia. E ela só tinha 14 anos mal completos. Por sua pouca idade, alguns artistas da Renascença atribuíram o branco à sua pureza de quase criança. 

 Porém, a história mais famosa, acredito que muito por força desta figura e por toda a aura de romantismo da história, atribui-se o vestido branco de noiva à Rainha Victoria, um verdadeiro mito, uma existência incrível da Inglaterra, séc. XIX. Ela foi talvez a primeira nobre a se casar por amor, inclusive ela quem fez o pedido de casamento ao seu primo, príncipe Albert. É que ninguém podia pedir a mão da rainha, daí né? 

 Ela escolheu um lindo e doce vestido e véu brancos, tendo a cabeça adornada por flores e sem coroa, o que foi uma coisa completamente nova. Esta história de soberania do amor, correu as cortes, as rodas de conversa e de repente todas queriam imitar a Rainha Victoria e se casar de branco.

 Tanto a rebelião corajosa da Rainha Maria de Médice, como a força da personalidade e do amor da Rainha Victoria são elementos que super atribuem aos vestidos de noiva, herdeiros destas mulheres, uma carga afetiva riquíssima. 

Bisous.

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