quarta-feira, 11 de junho de 2014

100 Unhappy Days (1)



Um dos meus alunos, de uns 15 anos mais ou menos, me perguntou o que era felicidade, porque ele simplesmente não acreditava nisso, mais ou menos como Summer, que não acreditava no amor. Eu já ouvi esta besteria tantas, mas tantas vezes nos meus longos 37 anos que nem sei mais. 

Se eu, com quase quatro décadas vividas, e um monte de catástrofes emocionais, desventuras e dores incontáveis (tipo: perder a única irmã aos 6; perder o pai, o centro da sua vida, aos 11; ter o aniversário mais azarado do mundo; invariavelmente ser traída por quem amo; ser abandonada incontáveis vezes) consigo enxergar a felicidade - e senti-la aquecer o peito, não apenas em momentos esparsos, mas em sua integridade - o que uma existência de 15 primaveras pode conceber da não existência da felicidade? Não pode, minha gente, porque vida é experiência e experiência leva tempo.

Mas veja bem, se existe felicidade, ah, existe a infelicidade em contra-partida. E como ela existe. Aprendi a não temer a infelicidade, porque ela está aí, pairando sobre nossas cabeças, como nuvens carregadas em um dia chuvoso.

Quem me acompanha em redes sociais esta acostumado a ver fotos e mais fotos de momentos felizes, bobices coloridas e afins, porque eu não faço questão nenhuma de ser infeliz, porque o fazer questão não importa, o que está aí, está e acabou. E, contra fatos não há argumentos. 

Por isso deixarei por aqui 100 unhappy days, que é muito mais fácil do que o 100 happy days, projeto lindolindo, que pratico todos os dias, após escovar os dentes e passar russian red, para enlarguecer meu sorriso de coringa.

Não entendam 100 unhappy days como uma resposta, mas como uma constatação. Eu como boa cria do pós-punk, nutri meu dark heart com muito Joy Division, Cure, Smiths, Depeche Mode e então, não poderia agir diferente, né? Pois então.

Inté.

Acompanhem a tag #100unhappydays por aqui, no meu IG e Facebook.

Imagem: do filme 500 Days of Summer, um dos filmes mais tristes (e engraçados) de que já tive notícia. Coitado do Tom (e que adorável infeliz), e que pessoa horrorosa que é a Summer (e que adorável feliz). A trilha do filme é espetacular, mais um elemento que tira 500 days of summer do lugar comum dos filminhos boy meets girl.


2 comentários :

Sejam educados, seus lindos!

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