sábado, 21 de junho de 2014

We're the poison in your human machine


Quando eu tinha uns 16 anos eu era uma garota difícil, que, basicamente, só vestia preto, camiseta de banda, jeans velho e all stars mais velhos ainda (até porque eu era pobre e não tinha dinheiro para trocar de tênis a cada temporada). Colecionava vinis que eu conseguia comprar e fitas k7 dos vinis que eu não conseguia. Ouvia tudo no meu sonzinho 3 em 1 da CCE (mais conhecida como: comecei comprando errado), que eu comprei com o meu dinheirinho das aulas particulares e da bolsa de artes do museu.

E eu era bem agressiva. Sem papas na língua. petulante, cheia das coragens que, via de regra, só se tem aos 16 anos.

Mas acontece que a idade me trouxe uma certa dose de moderação. O certo é que eu continuo sem paciência para um monte de coisas, o que acontece agora é que eu não falo mais. E eu me tornei uma fingida. Finjo que ignoro, finjo que não ligo, que não me importo e é mentira.

A maioria do tempo sinto ímpetos assassinos quando escuto algum impropério, quando um escroto mexe comigo na rua, voltando do trabalho carregada de livros e provas para corrigir. Mas aqui dentro de mim, a Elizabete de 16 anos, de camiseta dos Sex Pistols quer é arremessar uma pedra no olho do idiota que mexe com mulher sozinha na rua. E eu já fiz isso, mas não com 16, e sim com 28.

Talvez a Elizabete dos 16 esteja se unido a Elizabete dos 28, ambas brigando para romper o invólucro desses meus 37.



Inté.


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