quarta-feira, 16 de julho de 2014

A pataquada do ser sexy



Recentemente se falou de uma certa polêmica, em relação a uma certa senhora, muito fina, filha de outra senhora, muitomuito fina, que todos das modinhas amam dizer que amam. Pois é, vocês sabem de quem estou falando. E elas são realmente tudo isso, são finas, elegantes, a mãe é ícone de estilo tupiniquim (seja lá o que isso quer dizer), reverenciada até pela chatíssima Garance Doré (apesar de muito-muuuuito chata, Garance consegue ser menos chata do que a Man Repeller). 

Ninguém quer e nem ousa mexer na santidade alheia. Talvez, em algum momento, aqui e ali, Regina Guerreiro o faça, porque né, ela pode (e se reparar bem, sempre há um certo tom de sei lá o quê quando Dona Regina se refere a Dona Pascolato). Mas não me entendam mal, também meio que me junto ao coro do oba-oba. Meio. Porque é muito bom ter ícones e heróis e pessoas que a gente admira. Muito mais do que amar dizer que ama. 

Acontece que meu ícone para vida toda, em termos de estilo, é Dona Audrey Hepburn, lindalindalinda, atriz talentosa, humanitária e protetora dos animais, já nos idos da antiga Hollywood, quando não era modinha ou politicamente correto.

Quando comecei a observar os looks de desfile europeu de Dona Costanza, sempre com alguma pele ("porque é quentinho e aquece o corpo" segunda a própria), tudo arrumadinho em cima da cama do hotel e registrado com orgulho, deu um certo abuso, daí uma preguiça enorme. É o que tenho a dizer sobre.

A tal da polêmica em relação a filha, que se mostrou de lingerie aos 50 anos? Primeiro, de fato as imagens não são nada vulgares, tampouco sensuais. Na verdade beirou o patético. A primeira ideia que me ocorreu foi a de uma canjica (curau) salpicada por canela. E canjica não é algo visualmente sensual, nem sexy. É um quitute jeca, matuto, caipira, sertanejo. Então, né? Rolou algum problema ali. 

E a necessidade disso, sabe como? Desculpa, mas esta conversa de que a mulher brasileira acha errado ser velha? A gente pode discutir um monte sobre isso, mas encaremos um fato incontestável, o desfile de mulheres acima dos 50 nas pelas praias brasileiras, de biquinis, estando em forma ou não, nem aí para a opinião alheia. Quer dizer, né?

Eu já acredito que a mulher brasileira é obrigada a ser sexy cedo demais e por muito tempo. E isso é um saco. Fujo completamente do padrão sexy-mommy, sou converse-mommy total e estou muito feliz e tranquila do jeito que sou.

Mas se eu procurasse um ícone de mulher madura e sexy procuraria Sophia, Jessica. E precisa de outras?

Bisous.

Imagem: Audrey Hepburn by Steven Meisel, Vanity Fair.

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