domingo, 5 de outubro de 2014

Mês do terror - Medo



Quando a gente fala de filme de terror, a gente faz logo associações com violência, agressão, etcetera, associações que não são de completo equivocadas, até porque a grande maioria dos filmes de terror só são isso mesmo. O que não é ruim no meu entender, porque de qualquer maneira é um veículo, digamos assim, pra gente extravasar muita coisa dos nossos instintos. Fora que uns sustos são bons, pra fazer a gente se sentir vivo. Há quem prefira montanha-russa, eu prefiro filme de terror.

Só que a gente esquece que a estética do terror também encanta quem não interpreta as cosias de forma tão literal, como Kurosawa, Bergman, Lynch, Von Trier. O que há de se reparar nestes filmes e na leitura que estes diretores fazem desta estética, é que ela vem pautada, em suas leituras, na referência visual, das cores ou ausência destas, como no poema introdução do Persona de Bergman. São filmes que muito mais nos inquietam e tiram o sono, do que qualquer carnificina proposta por Jig Saw. Contudo, não só diretores de cinema alternativa e/ou de arte têm este olhar. Um gênero que é super interessante para prestar atenção, em termos da plástica e estética da coisa, são os filmes orientais do gênero. 

The Tale of Two Sisters (Janghwa, Hongryeon literalmente Flor de Rosa e Lotus Vermelho) que  em português ficou Medo, é uma produção sul-coreana que conta o surto de uma jovem. Claramente inspirado no Persona do Bergman e no Mulholland do Lynch, o que não é ruim, pelo contrário, porque não se trata de uma cópia; como disse, é uma inspiração. Dirigido por Ji-Woon  é uma história baseada num conto folclórico chamado "A História de Janghwa e Hongryeon". 






 Duas irmãs voltam para casa após passar um tempo em um hospício. Elas são recebidas de braços abertos pela madrasta, que logo depois se mostra uma mulher cruel. Todos escondem um mistério horripilante, almas que não estão em paz. Literalmente. 

O conto de horror sobre as duas irmãs é tenso. Já na casa, uma mansão afastada à beira de um lago, as duas crianças passam a ser vítimas de abusos por parte da madrasta, que muda de repente seu comportamento. Às vezes dedicada, às vezes ameaçadora, a mulher assusta as pequenas, que ainda por cima se veem  às voltas com uma entidade perturbada, um fantasma.

 É comum no terror psicológico coreano ter a mistura de beleza, delicadeza e drama. A fotografia é lindalindalinda, destacando a brancura da pele, o preto dos cabelos e as cores vivas das roupas e dos cenários. O filme pode parecer confuso, porque na verdade não é bem uma estória de fantasmas, mas como disse, de um surto e de um final surpreendente, porque a maioria das coisas não está lá.



Bisous.

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