74.
Desde o carnaval que a gente lidava com uma situação muito muito dolorosa, porque perder quem a gente ama, dói. Mas a gente tentou lutar contra os sentimentos ruins, contra o desgosto e possível ausência que se anunciava. A gente sempre tem que lutar.
A gente luta todo o dia, mas todo dia tem um desconsolo diferente, que faz as pernas pesarem toneladas ao se levantar da cama. A coberta também pesa, pesa muito, uma vida toda de pesares, que a gente usa para cobrir o corpo contra a friagem da noite insone. Às vezes a noite é morna, contudo, não menos insone e difícil. Março não poderia ter começado pior e justamente mês de aniversário, que deveria ser de bolo e festa, mas está se afirmando em dias alternados entre o choro e o silêncio.
Nesse momento tudo o que eu queria era não ver as pessoas que amo chorarem de dor e de perda. Que o choro fosse só meu, vá lá, Mas ver a dor se multiplicando nos rostos e envelhecendo e tirando o brilho do olhar de quem se quer bem, é dor redobrada.
Perder nunca é fácil. Perder alguém que se ama, menos ainda. Não há nada de fácil na perda de uma vida.
Inté.
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