quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Hannibal - This is my design


Aviso: tem spoiler nesta bagaça

Comentei em algum lugar aqui pelo blog, creio que no post dos meus melhores de 2014, que Hannibal, a série, foi uma grata surpresa. E foi. E que surpresa!

Confesso que de cara não me agradou. De cara mesmo, antes de assistir, porque eu estranhei o ator, Mads Mikkelsen, porque né, o meu coração pra sempre tinha que ser do Anthony Hopkins interpretando Dr. Hannibal Lecter. Ao menos até assistir a série. Sir Hopkins, ainda te amo, mas eu te traio bonitinho com este dinamarquês de voz profunda e olhar gélido. Mads Mikkelsen dá um outro tom a Hannibal, é uma outra adaptação, outras cores, mas do mesmo jeito forte, intenso, sombrio e arrasador. Para quem gosta dos livros de Thomas Harris, do gênero suspense com toques de horror, é simplesmente irresistível.

O mais engraçado é que descobri Hannibal em 2014, me apaixonei e já recebi a notícia de que acabou com a terceira temporada, que por sinal, acabei de assistir e já morri. Como assim, gente? O que foi aquele final? Voltem aqui, seus lindos rs.

A série é baseada na obra de Thomas Harris, como já citei, e todas as temporadas têm o mesmo enredo primordial, a relação entre Will Graham, agente do FBI especialista em perfis de psicopatas, e Hannibal Lecter, psiquiatra e consultor do FBI que, nas horas vagas, é serial killer e gourmet com o adendo de usar o baço ou o fígado de suas vítimas em seus banquetes (yammy).

Na primeira temporada a relação entre Graham e Hannibal, (quem é fã dos livros sabe como acaba) ainda está se estabelecendo. Graham, afastado das investigações, por conta da sua exótica sensibilidade, que o permite, literalmente, entrar na pele dos psicopatas, um dom que lhe tirou o traquejo social, passando a ser avaliado por Doctor Lecter. O psiquiatra é o único que entende os problemas de Graham e, portanto, acaba se tornando mais que simplesmente seu médico. Só que Hannibal explora as habilidades de Graham e tenta transformá-lo em um assassino. Depois de acontecer infinitas tretas, nosso Will percebe, meio tarde demais, e daí vira o principal suspeito dos assassinatos que investigava. Esse é o ponto onde começa a segunda temporada.

Já na segunda temporada temos um Graham preso, amordaçado como insano. A maior parte se passa no sanatório onde Will foi preso. Durante esse período, ele reconheceu as habilidades do Hannibal e entendeu que só jogando o mesmo jogo haveria uma chance de capturá-lo. O que não dá muito certo. Essa temporada foi exclusivamente voltada para o Hannibal, apresentando-o como é. A construção do personagem foi incrível. temos um Hannibal predador que usa o faro, quase uma entidade (Will o vê assim), a sua famosa frieza em matar mencionada nos livros, traduzidos nos filmes Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Dragão Vermelho.

E a terceira temporada? Li muita gente, fãs da série inclusive, reclamando da terceira temporada. Achei a temporada confusa, muitas informações de todos os livros. como Lady Murasaki (Hannibal Rising), para quem leu os livros ficou meio colcha de retalhos, não é de se admirar que haja tal estranhamento para quem não leu e só conhece algo dos filmes já mencionados e da própria série. Contudo, apesar dos problemas, da confusão de informações, das super adaptações a partir do Red Dragon e toda a correria do roteiro, acredito que por conta do cancelamento da série (quero morrer), ainda assim a terceira temporada foi incrível. Ainda estou me-tremendo-toda-Rosana com a season finale.

Estava refletindo sobre Hannibal, e cheguei a conclusão de que a série não é sobre assassinatos, violência ou serial killers. Hannibal é sobre identificação e empatia. Dr. Lecter cometeu assassinatos violentos, é um serial killer psicopata. Mas psicopatas não são insanos, e sabem a diferença entre realidade e fantasia, o problema é a falta de internalização das regras morais, que por sua vez acarreta uma série de outros problemas. Mas Hannibal é singular, seja para o bem ou para o mal. E daí surge Will Graham, outro sujeito extremamente peculiar. Há uma enigmática identificação entre ambos, que começam a jogar um com o outro, até que não se percebe mais onde começa e termina Will, onde começa e termina Hannibal, até a queda no abismo.

E eu fiquei esperando um episódio a mais, com o telefonema falando de Clarice Starling.




Inté.

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