segunda-feira, 13 de junho de 2016

My Mad Fat Diary



Descobri a série ano passado e estou reassistindo agora (passa no iSat toda sexta-feira) e é daquele tipo de série de adolescente disfuncional que pega a gente, especialmente quando a gente foi (é) adolescente disfuncional.

Ambientada em Lincolnshire (Inglaterra) de 1996, a série conta a trágica e bem-humorada história de uma adolescente obesa, cheia de problemas, Rae (Shaaron Rooney). Ela acabou de sair do hospital psiquiátrico, onde passou quatro meses depois de uma tentativa de suicídio. Ela então retoma sua amizade com Chloe (Jodie Comer) e seu grupo de amigos, que desconhecem os problemas de Rae com sua própria imagem. 

Rae é uma das melhores protagonistas de série do gênero já criadas. A estória é baseada em um diário de uma garota real chamada Rachel (ou melhor, Rae), “My Mad, Fat Teenage Diary”. Para aproximar o estilo dos episódios com o diário, usaram o recurso da narração em off e também desenhos, rabiscos e frases, como se a Rae estivesse escrevendo sobre a tela. Isso faz com que o público crie uma empatia com a personagem desde o começo, como se a narrativa estivesse se desenvolvendo naquele minuto. Rae é maravilhosa, é muito fácil gostar da protagonista, porque você sente que aquilo que está assistindo é genuíno. MMFD é uma série que trata de temas que pedem uma carga dramática forte, mas ela não fica só nisso, já que a Rae traz também um humor muito interessante para a história, e a gente fica querendo ser amiga da Rae.

Outro ponto forte da série é a dignidade com que os adolescentes são tratados. Uma coisa que me incomoda em algumas séries, livros e coisas do gênero para o público YA é a visão deturpada das coisas, da vida de um adolescente. Tratam como se adolescentes não fossem exatamente pessoas, como se todas as suas atitudes fossem impensadas e inválidas, já que crescerão e se tornarão pessoas superiores. MMFD, no entanto, fugiu disso. E os problemas são discutidos e mostrados sem suavidade, do jeito que tem que ser: drogas, sexualidade, gravidez, etc. Nada é tratado como tabu. 

E aquele grupo de amigos? Rae ao sair do hospital vai logo atyrás dos amigos, mas as cosias estvam estranhas. Chloe, que antes era sua melhor amiga, está mais distante e anda com pessoas descoladas. Rae se aproxima deles, mas é difícil provar que é legal o suficiente para entrar em um grupo de amigos, ainda mais quando se está passando por uma fase delicada, tipo um pós-suicídido que ninguém sabe (todos pensam que ela estava na França). Mas ela se torna parte da turma. O desenvolvimento das relações, mesmo que em apenas seis episódios, é muito legal. A amizade entre eles é tão complexa e forte que em vários momentos você vai querer fazer parte daquilo. 

Assistam.

Inté.

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