quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Filme de terror alternativo - Corrente do Mal (It Follows)



Ainda buscando por filmes de terror diferentes que tenho assistido ultimamente, dia desses (na verdade, uns meses atrás) dei de cara com esse Corrente do mal. O nome me levou para o bonitinho lacrimoso Corrente do Bem, com o então erê garotinho de Sexto Sentido, Haley Joel Osment (que por sinal, fez um outro filme de terror, muito muito muuuuito bizarro e ruim, em que um cara é transformado numa morsa; assista por sua conta e risco), mas obviamente, nada tinha a ver com o filme da criancinha que conectava toda uma comunidade; esses problemas de tradução de nomes de filmes que direcionam as expectativas dos incautos. Não, Corrente do mal é uma outra coisa.





Alguns já consideram o filme um clássico moderno, pois tem tem todos os elementos de um bom filme de terror, seguindo as regras à risca: adolescentes em perigo, um assassino invencível e a discussão eterna sobre sexo.



De fato, o filme pode soar um pouco moralista para alguns, mas né, afinal, qual filme de terror realmente não é moralista? Podemos até digredir que se trata de uma crítica metafórica ao sexo sem proteção. Mas seus aspectos técnicos são de qualidade inegável: a trilha sonora do Disasterpeace nos transporta direto para o universo do filme, os planos grandiosos do diretor Mitchell conferem beleza e uma surpreendente poesia aos personagens, que até parecem um Clube dos Cinco do horror, e a menina Maika Monroe está perfeita como Jay Height; fazia tempo que uma protagonista não causava tanta empatia.


Corrente do Mal parte do princípio que existe uma maldição por aí, que cai sobre algumas pessoas e a única forma da vítima se livrar dela é passando esta maldição adiante (daí a tradução pra corrente do mal, duh). Uma vez com este estigma, o “ser” ( ou seres) persegue a vítima até matar, sendo que o ritmo com que a perseguição ocorre,acaba sendo até mais torturante do que o desfecho. Sabe aquela frase “Você pode fugir, mas não vai escapar“? Pois bem, a entidade (seja lá o que for, sei lá, alteregos sobrenaturais de vítimas anteriores) do filme literalmente te segue até o fim. 

A busca incessante e incansável disso aí faz ainda suas vítimas ficarem paranoicas com todo mundo ao seu redor. Ah sim, mas de que forma as pessoas amaldiçoadas podem passar adiante a maldição? Através do sexo, como já mencionado de leve. Aí caberia uma infinidade de metáforas com relação à vida em sociedade, relacionamentos, doenças venéreas e tal, mas creio que não precisaria discutir algo tão óbvio assim, até porque o filme também não se aprofunda nestas questões e deixa tudo subentendido, o que é muito bom. Mesmo soando clichê, as cenas de sexo não tem nada de excitante e sim frias e mecânicas. 


 Uma vez que já conhecemos estas regras, logo em seguida vamos acompanhando no decorrer dos minutos o que ocorre com as vítimas dessa entidade. E apesar das regras serem explicadas assim de uma vez, não espere mais respostas fáceis sobre o que aconteceu ou o que virá acontecer. Boa parte do que acontece no filme é apenas sugerido e não exatamente revelado, tendo cenas até certo ponto econômicas, mas eficientes. A tática do “menos é mais” funciona aqui mais uma vez e ajuda, ao deixar o espectador mais apreensivo sobre o desenrolar da história. E acaba assim, tudo subentendido.



Assistam.

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