sábado, 27 de janeiro de 2018

ACS - O Assassinato de Gianni Versace



Idos de 1997, eu era jovem,  já era mãe e morava em Brasília quando Gianni Versace foi assassinado. E aquilo tudo foi um baque e tanto, especialmente porque pouco ou nada se falou sobre o caso. Ele foi morto a tiros na porta de sua mansão em Miami, diria o Plantão da TV. Acabaram aí as informações.

Nem todos sabem, mas meu primeiro emprego (emprego mesmo, com salário e pouca dignidade) foi numa das finadas Lojas Esplanadas, a sede do Montese, este brejo que acha que é bairro urbanizado, desenhando roupitchas pras vovós e afins que compravam 2 metros de viscose pra roupa da missa de domingo na matriz de Nossa Senhora de Nazaré. Eu, uma erê, adolescente na década de 1990, me permitiam, além do uniforme pavoroso que incluía redinha no coque do cabelo (é), usar meus tênis e fazer um quadro de inspiração atrás da minha mesinha de trabalho, e nesse quadro estava uma página de editorial da Versace que eu arranquei de alguma revista feminina de moda. Da Versace do Gianni, não da Donatella. Nada contra Donatlla, absolutamente nada. Ela, pra mim, é um mulherão como eu entendo que é um mulherão: forte, corajosa e fiel aos seus. Mas Gianni, ah Gianni, ele era a Versace que eu cresci amando. 

E agora, vinte anos depois, temos uma série do Ryan Murphy pra contar o que aconteceu. Tudo bem, que a família Versace não autorizou e na verdade está bem chateada com a série e tudo o mais. Mas quem iria resistir, não é mesmo?

De acordo com a revista norte-americana Variety, a família Versace afirmou, em um comunicado oficial, que não tiveram envolvimento com série de TV sobre a morte de Gianni Versace. "Como a Versace não autorizou o livro em que a série é parcialmente baseada, nem participou da escrita dos roteiros, esse programa deveria ser considerado um trabalho de ficção", declararam. A obra "Vulgar Favors", que serviu de inspiração para a série, foi publicada há quase 20 anos e Ryan Murphy, criador da série, afirmou à revista que, apesar de ter preenchido algumas lacunas sobre a história, o trabalho de Maurreen Orth é confiável e bem apurado. Contudo, entre os fatores que chatearam a família, está a reprodução do crime exatamente no mesmo lugar em que aconteceu, em 1997, e a história de que Gianni e Cunanan (o assassino e serial killer) se encontraram anos antes do crime. Além disso, também não aprovou o fato de Gianni ter sido considerado, no livro de Orth, portador do vírus HIV. Sobre a condição médica de Gianni, Tim Rob Smith, roteirista da segunda temporada de "American Crime Story", ressaltou que a importância de mostrar o estado de saúde do estilista é comprovar o quanto a vida era importante para ele, que passou por alguns tratamentos para estabilizar a suposta doença.

E a série?  Bem já estreou no FX, já vamos pro terceiro episódio de dez ao todo. Apesar das críticas,  Gianni Versace é apresentado na série como um ser humano caloroso, um artista apaixonado por seu trabalho. Mas ele não é o foco da narrativa, mas sim a análise das motivações e a instabilidade psicológica que levaram Cunanan a cometer o crime. Aliás, destaque pra interpretação de Darren Criss como o serial killer, eu diria, impactante. No elenco, Penelope Cruz atua como a irmã Donatella e Ricky Martin como Antonio d’Amancio, namorado de Gianni.

As raízes daquelas tradicionais famílias italianas vão ganhando mais força passado o arrebate do primeiro episódio. Se mostrando ainda mais aparentes, elas seguem o ritmo do episódio de abertura, nos revelando um seio familiar tão intrínseco, que chega a ser impenetrável. E a solidão de quem não consegue se esgueirar pelas pequenas frestas desse relacionamento familiar é árdua e perceptível em Antonio D’Amico, parceiro de Versace por 15 anos. Os laços familiares que tecem ao redor de Gianni e Donatella são um dos aspectos mais apaixonantes da série. Passado aquele encanto visual que toda a produção trouxe de maneira impecável em sua estreia, no hipnotizamos pela dinâmica da familiaridade entre os irmãos. E aqui, Penélope Cruz e Edgar Ramirez se entregam um ao outro, em uma das irmandades mais cativantes. Proteção, segurança, carinho e rixa fazem parte desse mundo criado apenas entre os dois. E para os demais personagens de suas vidas? Basta apenas contemplar.

Precisa dizer que estou amando?

Bisous.

Um comentário :

  1. O elenco foi excelente, adorei que todos se parecessem com os personagens reais. As series são os meus passatempos preferidos já que existem produções de diferentes temas, eu também recomendo assistir a série Sr. Ávila, em especial é uma das melhores series de drama e quando fiquei sabendo que teria uma nova temporada, não pude esperar para investigar ao respeito. É das melhores que já vi, a história é levada de uma forma perfeita porque mantém o espectador sempre interessado, é uma excelente opção para ver.

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Sejam educados, seus lindos!

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