quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Au Revoir Rio ♥



Escolhi como primeiro post de 2014, faltando 15 dias para voltar ao Ceará, escrever estes escritos de despedida e considerações sobre o Ridijanêro.

Meus leitores cariocas/fluminenses me dêem licença.

Já escrevi alguma coisa pelas redes sociais sobre as minhas impressões, depois de morar aqui por quase 6 anos. Algumas pessoas entenderam, outras não, vai do coração e mente de cada um.

Para começar, quero deixar bem claro que aquele Rio de Janeiro cantado na Bossa Nova e que aparece nas novelas do Manuel Carlos, só existe naquele espaço idealizado da Zona Sul carioca. Manuel Carlos que compra frango na padoca perto do prédio em que mora, e que encontrei na Tok&Stok da Barra da Tijuca - ele realmente anda de branco, com aquela chapéu que não sei bem se é o Panamá, uma coisa meio espírita-umbanda-cariocalifestyle, que eu particularmente acho engraçadinho, meio caricato. Mas não deixa de ser o Rio de verdade, aquela é a verdade da Zona Sul. O certo é que cada canto tem a sua verdade e nenhuma é absoluta. Mas se a gente for pensar no que é o Rio, numa avaliação proporcional ao tamanho e quantidade de pessoas, o Rio é a Zona Norte, do samba dos velhos e funk dos novos. É o Mercadão de Madureira, a Cadeg, a Tijuca e sua vida urbana, as ruas feias da Pavuna, os trens impossíveis e desumanos, a loucura transeunte da Central do Brasil. 

Muitos desses cenários descritos, eu mal conheci, mas adquiri uma intimidade danada. E é assim mesmo. É que nem ler um livro. Li tanto Machado que encaro o Rio com o olhar de alguém do século XIX, que, por certo, odiaria este tal de Rio novo. Não cheguei a odiar, mas não gostei. Não me sinto na obrigação de gostar do Rio de Janeiro. Mas sim, o mar em degradê de azul e verde é lindo. Os morros, as pedras, a Mata Atlântica. As pedrinhas portuguesas que resistem. E como o Rio é português quando quer e permitem. Ah, a Biblioteca Nacional, o Teatro Municipal, o Real Gabinete de leitura, a ABL, os Museus, a Colombo, o Jardim Botânico, o Parque Lage e a minha vista dos morros de Nova Iguaçu, que a gente daqui odeia e eu amei. Isso tudo vai me deixar saudade. Isso tudo e as pessoas incríveis que encontrei aqui também deixarão saudade. 

Já os escrotos, e como tem gente escrota nesta terra, jájá eu esqueço, na próxima topada na Praça do Ferreira, na minha Fortaleza ♥.

UPDATE em 01 de janeiro de 2015: esquece tudo o que eu escrevi. Eu te amo Rio ♥.

Bisous.


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