quinta-feira, 19 de junho de 2014

Chico Buarque de Holanda e o Rio



Um dia eu vi Chico Buarque de perto. Um dia em que já estava vivenciando esta minha recém adquirida liberdade sôfrega. 

Houve outros dias de aventura pelas ruas do Rio de Janeiro, ruas que nunca consegui ser íntima, como as de Brasília e Fortaleza (quem sabe). E me perdia no metrô, indo para a Zona Sul. E me perdia na Zona Sul, tentando encontrar o metrô. Mas consegui flanar um pouco, sem o charme dândi, decerto. 

E faltaram muitas coisas do Rio de Janeiro: os brechós de Copacabana, os sebos do Centro, a feira do Lavradio, a Lapa, Santa Tereza. Mas não me faltou Chico.

Uma dia de semana, procurando uma certa livrariazinha, aquela figura de cabelos grisalhos, de bermuda e chinelos, ele sim, flanando pelo Alto Leblon. Chico que cumprimentava o jornaleiro com a intimidade que me faltava pelas ruas do Rio. Chico tão elegantemente desengonçado, tão carioca, bem ali, do outro lado da rua. 

E não, eu não fui até ele. Deixei-o seguir em paz, para tomar um café, ou uma cervejinha no pé sujo metido a besta da vizinhança, como o é todo carioca.

Que bom que existe e que vi Chico Buarque de Holanda.



Bisous.

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