segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Mês do Terror - Espinha do Diabo



 O primeiro filme que me fez conhecer (e temer) o terror espanhol. Saído das mãos de Guillermo del Toro e Almodóvar não poderia decepcionar.

Anos 30, Guerra civil espanhola. Uma bomba cai, sem explodir, na praça de um orfanato isolado. Nesse mesmo dia, o menino Carlos passa a ser o mais novo interno da instituição, que fica no meio do nada. Abandonado por seu tutor, ele vai aos poucos conhecendo os internos da casa, entre os quais Jaime, o valentão que exerce sua influência sobre todos os outros. Como todos os novatos, Carlos terá que passar por algumas provações para ser aceito. Os adultos que coordenam o orfanato também não parecem nada confiáveis. Entre a diretora Carmen, o professor Casares, o porteiro Jacinto e a jovem Conchita existem relações de dependência, que vão do sexo à inveja. E todos guardam o mesmo segredo: uma morte.

Todos se calam quando Carlos pergunta sobre um menino chamado Santi, o fantasma. Santi foi assassinado em condições misteriosas por alguém que mora no orfanato, daí ele volta como fantasma e faz frequentes aparições para Carlos, com o intuito de fazer dele o seu vingador. O personagem Santi, o fantasmito é um detalhe a parte, com uma faixa de sangue flutuando no ar, que parece um cachecol vermelho bailando ao vento, que óbvio, não exite na Espinha do Diabo.

 Apesar de ser testado o tempo todo, Carlos se mostra forte e equilibrado e não cede aos temores de estar num lugar desconhecido e assombrado por um fantasma que o persegue, que as outras crianças chamam de o que sussurra. Assim como acontece com o garotinho em O Sexto Sentido, Carlos.

A Espinha do diabo é um filme sobre fantasmas. Um fantasma como o da tradição desse gênero de histórias: um espírito que ainda não se juntou ao reino dos mortos porque tem a necessidade de se vingar e estabelecer a justiça no mundo terreno. Mas Espinha do Diabo é muito mais do que uma história de fantasmas, em que meninos, órfãos ou abandonados, vivos ou mortos, são aqueles que fazem A Espinha do Diabo se dobrar. Um filme de terror sim, mas que combina o sobrenatural e a melancolia.

Boo.

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