quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mês do terror - O Chamado (Ringu)



O Chamado, versão americana para Ringu (terror japonês), baseado no livro Ringu de Kôji Suzuki e no filme de terror japonês de mesmo nome, é das poucas versões americanas para filmes de terror joponeses (ou orientais) que eu gosto. A terrível estória de Sadako se transporta para Samara Morgan quase sem mácula alguma.

Foi o primeiro filme de terror oriental com que tive contato, isso no começo dos anos 2000 e me impressionou, deixou uma sensação boa de novidade, mesmo com todos os problemas de produção, normais para baixo orçamento. O que vale é a estória do fantasma desse garotinha maligna e, acho que mais, a maneira como a estória é contada. A fotografia com efeitos antigos, em tons de azul ajuda a criar o clima.

Uma jornalista fazendo pesquisa sobre um tal “vídeo amaldiçoado”, objeto de lendas urbanas que correm entre os estudantes. Segundo a lenda, a fita traz uma série de imagens bizarras e sem sentido, e quem assiste, morre uma semana após a exibição. Ironicamente, a sobrinha da jornalista, morre nas mesmas circunstâncias misteriosas. Ela tinha ido passar um fim de semana em uma cabana com os colegas de escola, e foi lá onde assistira à referida fita. A jornalista visita a cabana onde os adolescentes ficaram e descobre a fita. Após assistir a fita, cujo conteúdo é mesmo uma sequência de imagens assustadoras, surreais e inexplicáveis, recebe uma ligação, e daí recebe a maldição dos sete dias.



 Quando tenta tirar fotografias de si, a jornalista constata que as imagens saem deformadas, tal qual ocorreu com a sobrinha, nos retratos do passeio com os amigos. Com uma semana apenas para descobrir a origem da fita e o segredo por trás do mistério, procura pela ajuda do ex-marido. As coisas se complicam quando o filho assiste à fita, enquanto a mãe está dormindo. As descobertas que se sucedem acabam por levá-los a uma ilha. Descobrem que as imagens da fita referem-se a uma mulher que se suicidou anos antes, e a sua filha, Samara.

Curiosamente, o autor da estória, Kôji Suzuki, afirmou que a personagem da mãe da menina Sadako, foi baseada em uma pessoa que realmente existiu, nascida em 1886, da cidade de Kumamoto, e que teria o dom da premonição. Após uma demonstração em 1910, quando a acusaram de charlatã, a mulher em questão cometeu suicídio ingerindo veneno.

Em relação ao filme original, pode-se dizer que poucas coisas foram alteradas. Os personagens têm outro estilo de vida, porque né, trata-se de outra cultura, com outros valores. O tom estético é mais dramático ao gosto de Holywood. Rachel, a jornalista da versão americana, interpretada por Naomi Watts (ótimas referências, como Cidade dos Sonhos do Lynch) passa por muitos momentos tensos até a descoberta de todo o problema e até encontrar um modo de resolvê-lo. Numa das cenas, inexistentes no original, tem a cena dos cavalos na barca, É um acréscimo que nos mostra que o tom do filme é envolvido por intenções de trabalhar a subjetividade de um modo sutil, o que aproxima as duas versões, mesmo em suas diferenças. 


Boo.

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