quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Achismos Pré-Oscar - Boyhood



Filme indicado em várias categorias, entre elas melhor filme. Patricia Arquette indicada a melhor atriz coadjuvante, simplesmente tocante.

Acho que já cheguei a comentar o tanto que achei a empreitada de levar uma década filmando, por um propósito criativo, por uma perspectiva estética, uma coisa assim, audaciosa. Um projeto que poderia perfeitamente dar muito errado. Mas não foi o que aconteceu. Pois é, o genial diretor Richard Linklater, responsável também pelo roteiro de Boyhood, filmou a história com os principais atores envolvidos no enredo durante 12 anos.

Boyhood é um filme sensacional, porque mostra as mudanças que sofremos ao longo da vida. Toda a sorte de mudanças, físicas, filosóficas, espirituais. Um filme profundamente inspirador. A cena inicial, em que toca Coldplay enquanto Mason está deitado na grama verde, é uma das mais bonitas e despretensiosas que já vi. Um filme de quase três horas que não fica chato em momento algum. Mas é bom alertar que esse é o tipo de filme para quem tem paciência com cinema de verdade. É um filme que, enquanto proposta, debruça-se sobre a vida de algumas famílias, mostrando sua evolução humana num longo período que atravessa a infância dos filhos. Um filme que ativa nossa autorreflexão.

Além de interessante pela maneira como foi filmado, é interessante ainda por mostrar a evolução de Mason, ao passar dos anos, que começa a vida cheio de perguntas e questionamentos e termina o filme ainda cheio de dúvidas. O que pode ser mais humano do que isso?  A história gera empatia e se torna algo familiar, como a estreia de Harry Potter vivida pela geração dos meus filhos, que é a geração de Mason e de sua irmã.

A mãe, vivida por Patricia Arquette, despertou em mim uma profunda empatia. Como tantas mulheres, como eu, cria os filhos sozinha, acaba se envolvendo em relacionamentos que não dão certo, por conta de escolhas às vezes não muito acertadas, mas em busca de acertar, passa por rupturas, perdas, recomeços e dificuldades das mais variadas. Os filhos e ela.

Destaque para o personagem Bill, aparentemente um sujeito respeitável, equilibrado, admirável, mas que intimida e agride a família na mesa de refeição. De pronto podemos julgar esta mãe, mas só assistindo o filme para ver como ela é rica em nuanças, inclusive a nuança de servir de exemplo para as pessoas. Nunca somos apenas uma coisa, não é mesmo?

Não há como não se apegar à personagem, especialmente em sua fase "síndrome do ninho vazio", momento que super temo em minha vida. 

Óbvio que Boyhood me tocou pela identificação, mas também pelo projeto excepcional que é. 





Bisous.

2 comentários :

  1. esse filme realmente é maravilhoso! mas ainda penso que podia ser girlhood, haha, um filme sobre o crescimento de uma menina, ia ser bem mais complexo!

    http://itneverstops.wordpress.com

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    1. Amei! E super concordei, realmente a vida de menina é mais complexa.

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Sejam educados, seus lindos!

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