terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Achismos Pré-Oscar - Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo



Está indicado em várias categorias, entre elas melhor filme e melhor ator, Steve Carell.

Não sei afirmar muito bem o que senti em relação ao filme Foxcatcher, baseado em fatos reais. Procurem no Google, caso não conheçam ou não lembrem do caso. 

Mas o filme é bizarro, estranho. E não é porque o Carell está fazendo um personagem dramático e vilão, nada disso. O filme, o enredo, o clima, é tudo meio estranho, tudo isso permeado por aquela sensação de que algo ruim vai acontecer. E acontece, logicamente. O título do filme no Brasil não ajuda no mistério, porque né, “uma história que chocou o mundo” deixa claro que a coisa toda tem  a ver com um crime. E tem. E não tem. Ao mesmo tempo.

O certo é que Foxcatcher se fez enquanto filme para que seus realizadores pudessem colocar em xeque algumas das certezas da sociedade americana, através do estranhíssimo John du Pont (vivido por Steve Carell). John Du Pont encarna diversos elementos da cultura e valor americanos, que, invariavelmente, são uma farsa.

O filme foi um sucesso de crítica, ganhou tudo em Cannes, contudo, foi um fracasso de bilheteria, especialmente nos Estados Unidos, que sabemos, é terra do combo coma seu hamburger com bastante hipocrisia. Vale lembrar que a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. E que muitas vezes a aplicação dos conceitos faz toda a diferença.

 Com um tom amargo constante, Foxcatcher vai contando histórias de gente desvirtuada e que, aparentemente, não tem limites para a própria ambição. E estamos falando mais uma vez do bizarro du Pont. Bizarro porque, avalie a situação: um homem considerado baluarte de sua sociedade, um homem de valores, veja bem, valores yankees, ou seja, homens que levam as suas vidas como John du Pont, até se enraiveceram com algo que fuja da sua concepção do que é justo, e descarreguem uma arma abençoada pela segunda emenda à constituição.

Fazendo uma contra partida com  a promessa de chatice, Sniper americano (eu goso de Clint Eastwood, mas não acho que tudo o que ele faz é perfeito), outra história de alguém que morre por causa de um maluco. Só que, em Sniper, temos um "herói de guerra", já em Foxcatcher temos um "valoroso" sujeito americano se desvirtuando, ou revelando quem de fato é. Com quem o Oscar ficará, não é mesmo?

 Talvez a estranheza que eu sinta em Foxcatcher seja pelo fato de que transformar o assassinato do campeão olímpico David Schultz em filme para escarafunchar os (des)valores da sociedade americana, talvez seja um pouco de mais. Levar para um outro nível, no qual são questionados os valores, as relações de poder e o ambiente em que as famílias abastadas do país estão fundamentadas, Mas também é explorar de forma pejorativa. Cannes gostou.

Outros filmes fizeram isso melhor, começando pelo Beleza Americana, outro filme que eu não gosto, mas que funciona melhor do que Foxcatcher.

Bisous.


Um comentário :

  1. Uma grande história, mas eu não sei destcar a participação da atriz Sienna Miller, que eu gosto de como ele atua neste e Francotirador, sem dúvida, duas das melhores produções em que ele tem aprticipado. Os filmes que valem a pena.

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Sejam educados, seus lindos!

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