quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Achismos Pré-Oscar - Para Sempre Alice




Filme indicado na categoria Melhor atriz, levou o Globo de ouro. Julianne Moore perfeita.

Assisti Para Sempre Alice após os Globos de Ouro e confesso, mexeu muito comigo por conta do que acontece com a nossa personagem principal. Não, não tenho histórico de família, mas tenho um medo absurdo de deixar de me ser, que consiste basicamente no que é o alzheimer. Antes que vocês, que não assistiram, comecem a supor que o filme é sobre a doença, e sobre como as pessoas sofrem, as famílias sofrem, como tudo isso é terrível (e é sim, de verdade, não sabemos) o filme se direciona para outro lado, para a solidão humana, para o desespero de não ser mais quem você sempre foi e para o amor, amor de verdade.

O filme é sobre o indivíduo, não sobre o coletivo que o cerca.

Imagine que você tem a sua vida sob total controle e tudo muda. Desesperador, não é? É no desespero que habita Para Sempre Alice, na fragilidade da vida e das escolhas que fazemos e de como as pessoas ao nosso redor reagem quando toda aquela fortaleza que parecemos ser desaba. Filme sensível, roteiro irretocável. 

A vida é uma soma de dias, de ações e de decisões e suas consequências. E ninguém pode adivinhar quando tudo isso vai se dilacerar. Então, entramos na vida de Alice, as relações familiares, a carreira de doutora em linguística, e, pouco a pouco, algo se mostra errado na aparente normalidade. Na comemoração do aniversário, totalmente “out of blue", Alice confunde uma brincadeira feita pelo genro, ao ironizar a rivalidade da irmã mais velha com a mais nova (filhas de Alice), a ausente naquela comemoração Lydia, com a própria relação dela com a irmã falecida. O equívoco, que poderia ser normal para qualquer pessoa, logo se soma a outros. Como o filme não enrola, Alice procura um neurologista para entender o que está acontecendo. Ela diz que começou se esquecendo de algumas palavras mas que, agora, já vive momentos em que se sente perdida. E vem o diagnóstico: alzheimer precoce. Entre a primeira consulta e o veredicto, Alice aguenta tudo sozinha. Tem medo de falar alto que talvez ela tenha que parar de fazer o que sempre fez ou, parar de ser quem sempre foi. Mas ela ainda é Alice, Still Alice.

 Julianne Moore brilhante, representa muito bem a aflição e a dor dessa história. A progressão da doença, seus sintomas e dificuldades, é tudo muito rápida. Contudo, o filme não se volta apenas para a tragédia das perdas que Alice vai sofrendo (memória, foco, consciência de si e dos demais). Para Sempre Alice tem a grandiosidade de mostrar a luta desta mulher por conseguir ter uma vida digna. 

Nem a Kristen Stewart  estraga o filme. Na verdade ela está até que muito bem.




Bisous.

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