sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Achismos Pré-Oscar - A Teoria de Tudo



Não sou aquele tipo de cínica que não gosta de filme baseado na história de "alguém de verdade" que traduz uma vida edificante e que emociona todo o tempo. Não, isso não me incomoda. Sabe por quê? Porque filme é ficção, mesmo baseado em fatos reais, porque, como sempre repito, a vida não é vivida em pedaços. Então um filme baseado em fatos reais é isso, um filme, que antes de tudo é suporte da ficção. Portanto, não me incomoda que a ficção se romantize, que é exatamente o que acontece em a Teoria de Tudo.

Li a autobiografia do Hawking, livrinho curto e difícil. Sua filha afirmou que ele era agredido pela ex-mulher, a segunda esposa. A primeira, que aparece no filme, colocou o amante dentro de casa. Pois é. Suponhamos que ele tenha um gênio dos infernos, uma índole horrorosa, que através de sua voz computadorizada profira toda sorte de impropérios. Ainda assim ele é uma pessoa fisicamente limitada (falando o mínimo), portanto toda a forma de agressão e humilhação é uma covardia sem proporções. O que eu sei da vida de Hawking, para além do seu livro Uma breve história do tempo, que eu li, é que ele tem um excepcional senso de humor, por vezes negro, ácido, como bom inglês e, que participou de alguns episódios do meu querido Big Bang Theory. Ou seja, não me parece um monstro, parece pra vocês?

Se o filme romantiza uma vida de perdas, as perdas mais absolutas, talvez o filme queira mostrar a vida que, apesar de tudo, ele merecia. Mais ou menos como acontece em Uma mente brilhante.

Voltando ao filme, que mostra a vida extraordinária de Stephen Hawking praticamente sem nenhuma mácula. O filme tem um roteiro falho, daquele tipo que deixa o filme bem bonitinho. Por outro lado, conta com um ator incrível, Eddie Redmayne, que vale pelo filme todo. Se existe a coisa do "filme de atriz", esse é um "filme de ator" certamente. Na verdade o filme deveria se chamar Hawking, mas tudo bem.

Stephen Hawking é uma existência incrível, um homem extraordinário, que mudou para sempre a forma com que as pessoas veem a física e a ciências. Com a obra Uma breve história do tempo, já citado. Tudo bem que recentemente Hawking escreveu um artigo dizendo que os buracos negros não existem da forma que imaginamos. O trabalho dele era sobre isso, ok? Ok. Uma mudança de posição radical, que não invalida sua obra, mas deixou cientistas perplexos e gerou especulações delirantes coisa e tal.

O que me parece é que depois de revolucionar a física, Hawking quer contar sua história. Deixa ele contar, né? Do jeito dele, extraordinário.




Inté.

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