terça-feira, 6 de outubro de 2015

Dracula, Bram Stoker (Coppola)



(Sigh) 

Ah esse filme, ah esse Dracula, ah esse Dracula vivido por Gary Oldman, na Brilhante direção e adaptação de Francis Ford Coppola, o genial diretor da trilogia Poderoso Chefão. 

Eu tinha então 15 anos quando esse filme estreou e fui assistir no Cine São Luis, com suas cadeiras e cortinas de veludo vermelho. Nem tinha idade para assistir, a censura era 16, mas eu era tão habituée do São Luís que me deixaram entrar. As coisas eram mais simples na Fortaleza dos anos 90. Aliás, a vida era muito mais simples. E era tão fã do filme, que tinha um pôster dele, desses de video locadora, no meu quarto.

Muitos críticos e fãs de cinema não puderam acreditar que, no início da década de 90, o consagrado diretor Coppola pudesse filmar o livro que deu origem a um dos mais famosos personagens do século XX, Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker’s Dracula). E se tornou um dos grandes filmes do diretor. 

Lembro muito bem de uma das entrevistas de Coppola, á época do filme, em que ele explicava as adaptações que fez, seu filme tem toda uma história de amor que vence o tempo, o que não existe no livro de Bram Stoker. é que Coppola misturou a lenda do Conde Empalador com a criatura  terrível do livro do nosso querido irlandês. Fora todo o uso incrível de cores, o figurino, e o oceano de sangue artificial, decerto reaproveitado do Overlock do Kubrick (euestoubrincando).

Mas o romance entre Dracula e Mina/Elisabetha é irresistível. E uma das mudanças mais radicais, como já mencionado. Drácula (Gary Oldman) e a encarnação de sua ex-amada Elisabetha na personagem Mina (Winona Ryder) não existe no livro de Stoker. O livro conta uma história de bem contra o mal, sendo que Drácula é o símbolo do mal, não se apaixona por ninguém e muito menos Mina é reencarnação de Elisabetha. Outra adaptação brilhante é no caráter de Dr. Van Helsing, interpretado por Anthony Hopkins; o personagem é retratado por Stoker como um intelectual sério, bem comportado e totalmente devoto à causa, e não o maluco irreverente que o filme apresenta. Mesmo o início do filme, que mostra o príncipe Vlad lutando contra os Turcos, não existe na obra de Stoker: tal prólogo foi desenvolvido pelo roteirista Jim Hart com a colaboração do pesquisador Leonard Wolff, que ligaram o personagem Drácula ao príncipe Vlad, da Transilvânia, aliás, a mesma origem utilizada por Stoker, mas não descrita no seu livro. 

 Apesar destas alterações, é o filme mais próximo da história original de Stoker já feito pelo cinema. E uma das grandes surpresas deste roteiro foi o de recuperar uma pequena passagem do original de Stoker que o cinema quase nunca citou: foi o personagem texano Quincey (Bill Campbell) quem cortou o pescoço de Drácula. 

Há quem se queixa da falta do elemento "terror", os típicos fãs de carnificina do tipo Massacre da Serra-elétrica, que eu em recuso em resenhar, por não ver graça alguma. É uma terrível e bela história de amor. E sensualidade, como na cena em que Jonathan Harker (Keanu Reevers) é vampirizado pelas "noivas" do conde. 

O filme é lindo, um clássico, na minha opinião, o melhor filme de vampiros feito até hoje. E, se me permitem, nesse caso, eu prefiro o filme ao livro.

Boo.

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