domingo, 4 de outubro de 2015

Mês do Halloween - A Hora do Espanto 1985


E agora chegamos aos filmes da década de 80, como esse clássico das tosqueiras vampirísticas, A Hora do Espanto (Fright Night) de Thomas Holland, que inclusive teve uma versão recente para os cinemas, com o vampiro principal sendo interpretado pela delícia Colin Farrel, que não importa, porque bom mesmo é a versão de 1985.

Hora do Espanto é um daqueles filmes que marcou toda uma geração, não por conta da genialidade do filme e coisas do gênero, mas pela diversão. Mesmo sendo um filme de terror, a verdade é que A Hora do Espanto não provoca medo em ninguém e acho que nem era essa a intenção. E se fosse, falharam miseravelmente rs. E quanto mais eu vejo, mais divertido fica. E faz anos que não assisto. 

Num típico bairro suburbano dos Estados Unidos, Charley e sua namorada trocam uns amassos, enquanto assistem TV e prestam atenção nuns homens levando um caixão para a casa ao lado. Ou seja, treta. Daí uma série de coincidências acontecem, tipo, assassinatos nas últimas semanas e o fato de que uma das vítimas estava justamente na dita casa ao lado antes de morrer, flagrada por nosso curioso Charley. Seria uma simples trama de suspense, se o tal assassino não fosse um vampiro, Dandrige. E, inspirado em James Stewart em Janela Indiscreta, óbvio, sem a mesma classe dos filmes de Hitchcock, Charley passa a vigiar todos os acontecimentos da casa ao lado. 

Em uma noite dessas de "observação", Charley percebe que Dandrige tem presas e que está prestes a morder uma moça. fica aterrorizado, ainda mais quando se dá conta de que Dandrige o viu. A luta de Charley agora é a de provar que seu vizinho é um vampiro, o que obviamente ninguém acredita. Sua mãe, sua namorada e até seu melhor amigo Ed Thompson, ou Evil Ed. Pior ainda ocorre quando Dandrige é convidado à casa do garoto e aproveita a oportunidade para tentar matá-lo, mas Charley consegue se livrar dele espetando um lápis em sua mão, num efeito de maquiagem muito bom para a época. Nosso vampirão Dandrige arranca o lápis da mão e a movimenta, tudo sem cortes. Após a tentativa frustrada, o vampiro promete matar Charley na noite seguinte. Sem ninguém a quem recorrer e despertando a ira de Dandrige, Charley apela para a ajuda de Peter Vincent. Vincent é um ex-ator inglês de filmes de terror que esquecido, sobrevive de bicos como apresentar o programa A Hora do Espanto (daí o nome do filme), que sempre transmite filmes de qualidade duvidosa, tipo Cine Trash. O engraçado é que Vincent se gaba por ser o grande matador de vampiros, ao passo que seu programa exibe trechos de grandes produções suas do passado, sequências muito bem sacadas e filmadas para parecer os antigos filmes da Hammer (estúdio responsavel por vários filmes de terror). Aliás seu nome é em homenagem a dois astros do horror, Peter Cushing e Vincent Price. 

Claro que ao ser abordado por Charley, Vincent nem liga. Pobre Charley. Tudo muda quando os amigos de Charley querem impedir que o amigo faça alguma loucura e para isso, pagam Vincent e combinam com Dandrige para fazerem um pequeno teatro para mostrar que o vizinho não é um vampiro. O problema é que nessa brincadeira, Vincent descobre que Dandrige é mesmo um vampiro, o que faz com que os problemas se agravem um tiquinho, até o desfecho em que tudo se resolve.

Uma das minhas cenas favoritas de A Hora do Espanto é quando Vincent, ao ser despedido do programa de TV, desabafa com Charley que os jovens não sentem mais medo de vampiros, mas sim de assassinos com máscaras de hóckey perseguindo garotas. Né rs? E o filme meio que respeita todos os esteriótipos dos filmes de vampiros: caixões, sem reflexos no espelho, estacas, etc. E foi respeitando todas as convenções vampíricas, que Holland fez um dos filmes mais legais dos anos 80, que ensinou pra toda uma nova geração as regras de como identificar e matar um vampiro. Engraçado é que, apesar do visual tosco dos anos 80, o filme praticamente não envelheceu, o que faz o remake quase que uma inutilidade. 

As atuações também são memoráveis, Roddy McDowall está perfeito como um aparentemente arrogante e covarde ex-astro que, ao ver que vampiros existem mesmo, se acovarda sem contar que sempre faz questão de reviver as glórias do passado, comentando os filmes nos quais participou. Mas o destaque é de Chris Sarandon, brilhando como o sedutor vampiro Jerry Dandrige, que em alguns momentos chega a ter os trejeitos dos atores da Hammer, fazendo assim uma homenagem deliciosa. Jerry Dandrige inclusive é a voz de Jack Skelleton de Tim Burton.

Boo.


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