domingo, 13 de dezembro de 2015

500 dias com ela - She's got you high



Estava reparando que recentemente começou a aparecer um monte de comentários sobre o filme 500 Dias com Ela, e uma horda defendendo a personagem Summer, de quebra acusando Tom de um monte de coisas, dentre as quais, carente depressivo, doente, masoquista, histérico e coisas que o valham.  Uma especie de defesa - tosca, desculpem - da personagem Summer, em detrimento do Tom, que uma parte acha fofo. Esses ataques invalidam os argumentos, mesmo no maravilhoso caos da internet, porque são pura falta de empatia, que é onde vejo o probleminha de certas interpretações.

Só para começar, não, eu não acho que Summer seja uma vadia, mas eu acredito sim que ela é egoísta e sádica, mesmo que sem querer. É muito comum sermos assim ao longo da vida, é saudável que sejamos, mesmo no patamar de "foda-se" da Summer (ela estava se protegendo). O certo é que somos todos muito mais como Summer, com uma blindagem de proteção, do que como Tom, muito exposto e suscetível; e daí que falta ao ser humano empatia, que é se colocar no lugar do outro, no caso, essa existência desarmada como o Tom. Esse processo de endurecimento que a vida moderna impõe, nem sempre se estabelece em toda criatura humana. As mais suscetíveis (frágeis) se desfragmentam, o que aconteceu com o Tom, quando perde seu "amor" idealizado, que só queria uns beijinhos e au revoir, até encontrar o amor (que ela não acreditava, inclusive) numa cafeteria.

E vem todo o sofrimento e agonia de Tom, que não é nada fofo. Não é bonitinho ver uma existência sofrendo. Tampouco parece-me legal espinafrar o sujeito, mesmo que seja apenas uma personagem de filme com trilha sonora maneira.

O que comprova o sadismo de Summer, no enredo do filme, é o convite de casamento. Gente, não há justificativa, ela sabia de todo o sofrimento que a besta romântica do Tom estava passando, por conta da separação. Óbvio que tudo na vida é questão de perspectiva, de onde você está apreciando os fatos. Para uns pode parecer apenas uma mancadinha, para outros o cúmulo da falta de sensibilidade. 

E o que a Summer deveria ter feito então? Exatamente o que ela fez, porque afinal, é ela, mesmo que personagem. O mesmo vale para Tom e todo aquele doloroso processo de luto.

Eu só queria que as pessoas parassem de pisotear em quem sofre, em quem é frágil, fictício ou não, menina ou menino. É o que eu observo em certos pontos de vista. Demonstrar fragilidade é pura condição humana, ao menso deveria ser. De novo, empatia.

Bisous.


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