segunda-feira, 18 de julho de 2016

Become who you are



Acho que vocês devem ter notado, mas está cada vez mais difícil escrever aqui no blog com alguma frequência. E eu estou de férias, sem desculpas portanto. Na verdade, até que tem, porque logo na primeira semana tive outra maldita cólica renal e acabou que essas férias não estão sendo aquelas férias da minha vida. Não que eu esperasse que fossem, mas né, nada assim uó também. Mas teve algo que valeu muito a pena nessas férias, que foi uma tomada de decisão muito séria e necessária, tomada juntamente com minha pequena (grande) família, que exigirá os esforços conjuntos de todos, mas que é a cosia certa a se fazer. E o que é? Com o tempo (talvez um pouco longo) vocês saberão.

Comecei a escrever esse post no intuito de falar de carreira, escolha de profissão e coisas afins, apesar de que eu não seria, possivelmente, a pessoa mais apropriada para dissertar sobre o tema, porque minhas decisões nesse sentido foram bem abaixo da média, ignóbeis, loucas, despropositadas, etc coisa e tal. Mas, quem sabe por isso mesmo, sou um tipo de pessoa ideal para escrever sobre, porque errei tanto, que talvez minhas escolhas equivocadas sirvam como uma espécie de norte do mal.

Letras. Escolhi letras não por ser um curso fácil de passar (apesar de que era e continua a ser fácil de passar), mas porque eu queria ser professora de Literatura. E hoje eu sou professora de literatura, mas não exatamente do jeito que eu sonhava, na universidade, mas sim de ensino médio. E qual é o problema do ensino médio ou das escolas? Bem, grosso modo, o problema de todas as escolas, sem exceção, e inclua aí todas, as públicas e as particulares e nessas, desde as de mensalidades de R$ 300,00 chegando aos R$ 3.000,00, tanto faz, todas são muito ruins no sentido de que não possibilitam que a aprendizagem desperte criatividade, e aprendizagem é isso. Não, as escolas apenas fazem com que alunos decorem e repitam conteúdos. Algumas aulas parecem mais animadinhas, com professores pirotécnicos, como eu costumo dizer: tem professor que faz dancinhas - literalmente - toca violão, cria melodias pra ensinar os conteúdos, pra torná-los mais palatáveis, mas "fáceis". E não me entendam mal, isso não é uma crítica negativa ao professor, mas sim ao sistema, que faz com que a aula em si, com os conteúdos do jeito que estão, seja algo completamente desinteressante, quando na verdade o que deveria valer é o conhecimento por ele mesmo, que é fascinante. Conhecer é fascinante. E o certo é que quase nunca conseguimos transmitir que nossa aula é conhecimento, e muitas vezes porque a aula não se trata disso, mas sim de ego, autoridade e conteúdo, mas não conhecimento. Modéstia à parte, na maioria das vezes, consigo com que minhas aulas transmitam conhecimento, tenho a atenção dos alunos, sem recurso algum que não seja a gente conversando sobre os temas das aulas, desde Fabiano de Vidas Secas, até coesão e coerência como recurso de interpretação textual. Mas não é sempre, porque vai ter aquele aluno que não não vai querer conhecimento, ou até mesmo, não identifica que literatura é conhecimento e mais do que isso, que literatura é vital pra uma vida plena (não se enganem, é). E aí fica difícil. E é aí que vejo como abrir mão da pós-graduação, por vários fracassos e tropeços, foi equivocadíssimo. Então, se você quer seguir o caminho das letras, já sabe, pós-graduação e universidade.

Artes. Sempre desenhei, aliás, foi minha primeira expressão comunicativa, antes mesmo de falar algo que desse pra entender (relatado pelo meu pai). E o que eu fiz com isso? Fiz cursos? Não (tá, fiz o do MAUC milhões de anos atrás). Fiz arquitetura (que era o que tinha à época em Fortaleza)? Não, escolhi letras, que é um caminho difícil de conseguir uma carreira de sucesso ou ao menos bacaninha com apenas a graduação, sem precisar de mestrado, doutorado, pós-doutorado em Marte etc. E eu fui pro Rio. Lá tinha trocentos cursos na área, desde a própria arquitetura, até design, artes visuais, sei lá. mas eu não fiz, por um monte de motivos, mas que no final, avaliando direitinho, foi medo mesmo. Medo de perder, medo de tentar, medo de viver. E não dá pra viver com medo, gente. Vida nenhuma, tampouco carreira nenhuma. Então, se você tem talento com desenho, ilustração, pintura, é criativo, siga esse caminho, seu lindo, sem medo! Óbvio, que arte no Brasil é algo complicado, mas eu garanto que menos do que letras. 

O conselho final é: escolha algo que deixe você feliz, uma carreira em que você se imagine por anos, até envelhecer, e que te realize. E se você é aquela pessoa na janela do ônibus (ou do trem, metrô, carro, barco) pensativo e triste em relação às decisões que tomou, a escolha foi temerária. Mas, a gente sempre pode mudar ;).

Bisous.

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Sejam educados, seus lindos!

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