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"These violent delights have violent ends"
O ano de 2017 talvez - veja bem, eu disse talvez - fique marcado em nossa história recente como o ano em que a treta começou. Flexibilização das leis trabalhistas. Nem as ditaduras fizeram tal atrocidade, talvez porque CLT foi criada por outro ditador que também era militar, o Getulhão. Reforma da previdência troando por aí, enquanto a da Argentina foi barrada pelos protestos populares, com gritos nas ruas de "aqui não é o Brasil". Proto fascista brotando pra tudo que é lado. Gente falando e cometendo todo tipo de absurdo: racismo, misoginia, maldades afins e diversas. Ou seja, um ano pesado, duro e difícil que foi em várias circunstãncias, pior que 2016, que já foi a treva. O que esperar pra 2018? Nada de bom? Pois é.
A minha primeira lição neste ano de 2017 em que completei 40 fucking anos é "não há nada de ruim que não possa piorar". Se é possível que fique pior, fique firme, e espere o pior, não com medo, mas com determinação e força. Lembre-se de Niet quando ele afirmava que o que não nos mata, só nos fortalece.
Segunda lição: alunos são como um jardim coletivo, daqueles que vez ou outra encontramos numa praça que todos deveriam cuidar, mas um cuida, outro não e que na verdade, deveria ser o governo, através duma prefeitura ligada, que deveria cuidar. A prefeitura no caso seria o responsável - pai, mãe, tia, papagaio- um ou outro os professores. Daí que é muita gente se metendo de maneira descoordenada e caótica e, uma hora, aparece uma erva daninha e lasca com a coisa toda. Ou uma praga, tipo pulgão. Este ano deu muita erva daninha e pulgão no jardim que eu ajudo a cuidar. Acho que tinha urtiga também. Só sei que me machuquei um pouco, achando que havia cultivado lindas plantinhas e flores (acho que vale pra humanidade isso).
Terceira lição: quem te decepcionou gravemente nunca terá remédio, nunca vai melhorar. Pelo contrário. Fará de novo e pior. Fique longe, enterre bem fundo. Ou melhor, taque fogo e jogue as cinzas num valão.
A quarta lição foi que desistir, às vezes, é mais corajoso do que insistir em algo que está te matando. Aprendi isso de gente muito jovem.
A quinta lição, que foi a mais legal, que me fez praticar a paciência, é que dá pra admirar muito alguém e não concordar com tudo o que este alguém pensa e fala. Dá até pra se irritar bastante com essa pessoa, mas mesmo assim, continuar admirando-a pelo caráter, pela lealdade e fidelidade a princípios que, pra você, deveriam guiar o mundo.
Ah, 2017 foi um ano pouco musical pra mim, mas foi o ano em que voltei a ouvir Debussy.
Inté.
Imagem. Westworld.
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