sábado, 30 de dezembro de 2017

O que mexeu comigo em 2017 - filmes


Continuando, ou tentando continuar com a minha fuga do peso cotidiano, a fuga pela fruição das artes, os 14 filmes que me marcaram em 2017.



1. Demônio de neon - É um filme de 2016, mas que só consegui assistir em 2017. Que fotografia escândalo da porra. Pra quem curte exposição, abertura, macros, cores, texturas é "O Filme". Mas o enredo/roteiro (desculpa o meu eu literário/lírico) também pode vir a gostar da fome, do alimento, da joça toda.

2. Corra - Engraçado que fui ao cinema ver Corra, super empolgada e, ao assistir, eu não curti. Na verdade cheguei a não gostar. E quando acordei no outro dia, já o odiava. Aquela coisa da inveja branca e tal, achei mal elaborada. Mas, com o passar das horas, dos dias, dos meses, reassisti o filme e gostei bastante. Então, é um filme cuja história deve assentar, que nem marinada. Eu só tiraria aquele humor desnecessário, mas né? Quem sou eu na fila do cinema?



3. It - Assisti no mesmo dia de Corra, nem lembro agora qual primeiro. Como já havia assistido a versão antiga pra tv, fiquei fazendo as comparações e distanciamentos necessários. Gostei. Gostei muito até, mexeu com meus frames oitentistas.

4. How to talk to girls at parties - Um cinema que atira para cima e acerta um planeta sem nome, cria novos lugares e nos solta da mente, um legítimo exemplo de subvenção onírica. Uma festa da qual eu jamais sairei. 

5. Happy end - Insira aqui aquele palavrão <PQP>. Existe essa vertente de cineasta que pratica uma vida ficcional obscura para se livrar do próprio horror corrosivo, entrega um tipo de cinema que funciona como um matador de aluguel 'a favor' do inconsciente coletivo. Na concepção cristã, Haneke não vai pro céu. 

6. Mulheres do século XX – Assisti dia desses, já estreou pelas canais Max. No sul das sobrancelhas, algo grande acontece, porque as sombras do todo são sempre nossas também, e sabem disso os olhos. Ora emocionada muito, ora emocionada bastante, continuo encantada com essa hora e meia de dia desses, essa que também te espera, bemvindamente.



7. La la land - Um conselho: não procure a felicidade em La La land, aliás, não procure a felicidade, nem La La land. Fique bem distraído, se distraia sem se preocupar em preencher a lacuna, tome sorvete no frio, se desligue do antes, tudo depende ou então não era mesmo o guichê da alegria. Ou, ou, talvez, tenha eu sido um dos enganados e confesso: estou adorando a ideia. Porque eu também me rendi e fiquei meio la-la-lover. 

8. Moonlight - Um balcão de especialidades que não pode passar batido para quem a infância foi o prólogo de uma cicatriz, e as cicatrizes não envelhecem, principalmente para quem a cor ardeu em ofensas. A criança reaparece num futuro qualquer. E eu também desço do palco, porque tudo o que posso é aplaudir. 

 9. mãe! - Ainda que alguém tente explicar o que esse filme queria de nós, a resposta são todas as respostas. Estamos entre o melhor e pior que o cinema é capaz. Odiei com meus mais profundo amor, amei com o meu ódio mais sincero, mas definitivamente não me sinto no meio.


10. Star Wars, Os Últimos Jedi - Toda vez que eu ler ou ouvir "A long time a go, in a galaxy far, far away from here", meu coração vai se acender. Com Luke, Darth Vader, Kylo Ren, Rey, BB8 (ainda quero o balde de pipoca) porque decerto, sempre quis fugir daqui, seja onde for o aqui.



11. O estranho que nós amamosNo sul profundo, em algum bosque encantado, isolado e sombrio, com toques fantásticos. Nesse ínterim temporal, donde cresce cogumelos e se explode o conflito, que se encontra o soldado ferido, o inimigo nortista que acha refúgio entre os confederados, num internato distante, aos amores e humores de oito mulheres. Uma coisa gótica sulista. Você fica esperando o Lestat aparecer. Um mundo feminino em tons pastel, de bordados e jardinagem. Com sua propensão para a beleza, Coppola filma no chiaroscuro, na nevoa e no crepúsculo, seus personagens bem alinhados, confortáveis em seus espartilhos, renda e algodão.Um toque de Barry Lyndon, lavanda, caçarola de pêssego, um humor incomum, inesperado e voilà: Um belo filme sobre a tensão voraz e mortal do tédio.

12. Alien Convenant - Fiz um post gigantesco sobre o filme, depois do impacto de assisti-lo, eu, cujo maior medo é duma criatura tipo xenomorfo. Mas daí apaguei, achei pretensioso, longo, chato e carente. Sou tão carente que logo logo, viro escritora. Já viu bicho mais carente do que escritor? Que precisa da companhia do olho alheio pra se fazer vivo? Pois então. Mas Convenant foi odiado por todo o universo geek, que se diz fã de Ridley Scott, acho que só eu gostei. Gostei até demais. Sonho com David me eviscerando vez ou outra. Ele de mãos dadas com Pennywise. E nasce um novo vilão, odiado de dentro pra fora, recitando Ozymandias.

13. Logan - Gente do céu, como eu chorei. Que maravilhosa é a capacidade de nos tirar do sério. Arte é isso, é tirar do sério. Sim, ainda mais quando acontece num filme sobre personagens de HQs, que fala de solidão, velhice, doença, legado, cansaço, dor e perda. Daí o recomeço, e aquele garotinho segurando o boneco do Wolwerine.




14. Animais noturnos - Este também de 2016, mas que só assisti em 2017. E que pancada seca. Interessante é reparar, para além do filme, a apreciação deste. Uns veem o pobre do cara que exorciza suas dores num livro pra ex-mulher. Já outras (sim, no feminino mesmo) veem um macho escroto que por despeita cria uma história horrenda onde mata a mulher e a filha de uma maneira brutal. Um filme sobre o que é a misoginia.

Inté.

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