Se alguém se propusesse a escrever a minha biografia um dos possíveis títulos seria Vida de Cigano, porque olha, não é fácil.
Mudança de casa foram inúmeras: a gente perdeu o sítio para o governo do estado fazer o açude Gavião (outras pessoas também perderam suas terras), daí moramos no Excelsior Hotel no Centro de Fortaleza uns seis meses. Chic, né? Meu pai era chic. Daí veio a casa em que cresci e morei até os 13 anos, até perdermos por motivos de que a vida é osso. Então vieram algumas casas em que moramos de aluguel. Cresci, fui morar em Brasília, a minha casa "definitiva" por lá era um casarão branco, com um baita quintal com goiabeiras. Voltei para Fortaleza, já mãe de erês e passamos por algumas casinhas, umas bonitinhas, outras nem tanto. Fui para o Rio e descobri o que era morar em apartamento. Custei, mas me adaptei. O último lugar que morei era meu xodó, com papel de parede, pinturas minhas, vidro, pedra, madeira.
E voltamos para Fortaleza, para morar num muquifo, porque não há nada de ruim que não possa piorar, já dizia uma pessoa bem ali. E daí eu me mexi, consegui com ajuda este apartamento em que estamos, que já é o meu xodó, por mais que euzinha não tenha propriamente um quarto meu. Mas tem uma sala iluminada, uma parede vermelha Amélie Poulain que enchi de espelhos, um cantinho para desenhar, com muita luz e uma cozinha fofa. Os quartos dos filhos estão muito-muito lindinhos. Xodó.
E cenas de minha vidinha
Uma lembrança da casa antiga.
Imagens: feitas por mim com uma T2i.
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