segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fortaleza 289 anos



Fortaleza sua linda, 289 primaveras ou ciclo chuvoso.

E eu posso ser sincera? Detesto essa coisa de cidade solar, de cidade da luz (não confundir com cidade luz, que é Paris), esse calor do mal, essa coisa de um Sol para cada indivíduo dessa cidade nascida ao redor do Forte, quase perto do bairro rico que, outrora, foi aldeia de pescadores.



Durante muito tempo, o meu abusinho não se limitava apenas ao calor dessa terra, mas ao próprio lugar em si. Uma coisa de se sentir deslocada, fora de contexto, do eixo, de tudo. Sentia-me alheia. Diz que é quase parte do caráter cearense, que seus filhos naveguem para outros mares, viagem por outros ares. E foi o que fiz. 

Morei ali, morei acolá.



Vez ou outra a saudade apertava. Sentia falta do cheiro de algodão e couro curtido do Mercado Central e da Encetur. Da vida urbana arrumadinha da Aldeota e do caos suburbano do meu Montese. A vida acadêmica e livresca do Benfica. E da querida variante da costa norte ou cearense ou ainda, cearensês (é mais correto que cearês, só para que saibam). E, é claro, dos verdes mares bravios de minha terra natal.



E voltei. E desejo que Fortaleza, tão provinciana e queridinha, continue despertando a memória afetiva dos ses filhos, desgarrados e ingratos, como eu.

Inté.

Imagens: Feitas por mim com diferentes câmeras e momentos da vida: 1. Céu do CH 1 da UFC em algum momento de 2006; natal no Shopping Aldeota 2005; reitoria da UFC, essa linda; casa da Santos Dumont que virou uma casa de comida árabe e partiu meu coração, já falei dela aqui aqui e aqui.

2 comentários :

Sejam educados, seus lindos!

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