quinta-feira, 30 de julho de 2015

True Detective segunda temporada - Velcoro ❤


Quando assisti a primeira temporada de True Detective, que foi avassaladora, ficou um vazio dentro de mim, porque fazia tempo que nada tão destruidor, em termos de série, mexia comigo. Na verdade, eu acho que nunca acontecera. Decerto, assisti séries incríveis, como Roma, Carnivale, mas não com a dimensão existencial de True Detective. Rust forever.

Mas então, eu não assisti a série na estréia, porque estava de mudança do Rio para Fortaleza, não tinha casa ainda, estava com a minha mãe, basicamente numa espécie de acampamento cigano, tipo Irmãs Ciganas da TLC (passei dois meses dormindo literalmente no chão), meus móveis chegaram do Rio e ficaram entocados num galpão que aluguei, comecei a trabalhar no meio dessa loucura toda, foi punk. Daí consegui meu apartamento, todos nós nos adaptamos, mais ou menos, à vida nova e eu fui colocar minhas nerdices em dia, entre elas, séries que eu queria assistir, entre essas, True Detective, que vocês já sabem, foi 'o impacto' e que criou uma super expectativa (negativa) para a segunda temporada. 

Por que? Porque foi anunciado que seria diferente da primeira temporada, de repente não teria aquela atmosfera noir, as elocubrações de Rust em contraste com Martin, tão real. Daí vieram as primeiras resenhas. Houve seções especiais para imprensa e afins. Não foram legais as resenhas. Em suma, ninguém gostou. Acho que li algo comparando a nova temporada a um CSI. Arg. Só um comentário positivo, o da Ana Maria Baiana, que me encorajou a assistir. E eu direi, CSI my ass.

A segunda temporada de True Detective foi incrível. Sim, diferente da primeira, mas muito boa também e sem abandonar o clima noir. Com mais ação, mas não deixou de lado as digressões das personagens principais, especialmente, Frank e Velcoro! Ah Velcoro, o que dizer sobre Velcoro? Não há o que dizer, só sentir. 

Até metade da temporada a gente não entendia nada. Teve até um post muito bacana do Buzzfeed para tentar desatar os nós do novelo-enredo, mas que, ao menos para mim, enrolou mais ainda rs. É muito personagem e tramas paralelas, que na verdade não são tramas paralelas, mas veias que integram o sistema circulatória da coisa toda. Viu como a gente fica? O episódio que trouxe alguma luz, especialmente em relação ao Velcoro, e seu contexto "peculiar" de vida em família, foi Other Views, episódio 5. 

 Other Lives e a sequência na cabana, criou a referência do mistério em torno do crime e do assassino da temporada. O conteúdo da cabana se mostra suficientemente assustador, aquela cadeira e paredes banhadas de sangue. Sinistro. Para além da cabana, quando Woodrugh vai investigar as jóias, e o joalheiro fala que um policial já passou por ali e daí todos pensamos "Dixon, motherfucker". Fora toda a encorpada que a trama consegue a partir desse quinto episódio, temos também o aprofundamento de todos as personagens principais, especialmente nosso Velcoro. Colin Farrell merece destaque especial em toda a série, mas nesse episódio, a cena em que ele descobre que foi enganado, que matou um inocente, os desdobramentos disso tudo, que vem no sexto episódio, foi arrebatador. 

O sexto episódio, Church in ruins, foi tenso e intenso. A cena inicial entre Velcoro e Frank, as toneladas de tensão, criada pelo mote da desconfiança mútua, ambos apontando armas escondidas sob a mesa dum café da manhã indigesto, fazem do episódio um deleite para quem gosta ou não do gênero suspense investigativo. Eu, por exemplo, via de regra detesto esse gênero, mas a maneira como a investigação é construída, a partir da construção dessas encenações de ser humano, que são as personagens, me prende do começo ao fim.. Aula de atuação, diálogos e montagem. 

Inté.


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