sábado, 11 de janeiro de 2014

A Estética do Choque (ou Von Trier e o abuso)



Meu primeiro contato com o cinema de Von Trier foi com Dancer in the Dark. E confesso que assisti para ver minha Chinchila Cítrica, vulgo Björk, sendo levada a todas as instâncias do sofrimento até morrer. E eu gostei do filme. Depois me veio Dogville e toda a desconstrução do pobre bonzinho, gostei bastante aliás. Aí fui apresentada ou movimento Dogma, que eu não gostei tanto assim. Anos depois assisti o Anticristo, filme sensacional e terrível, para assistir uma vez só - conto já o porquê. E veio o lindo Melancolia, de longe o meu filme favorito do Von Trier. E agora estamos diante do pornôzão Ninfomaníaca, que provavelmente é aquele tipo de filme que quererei assistir uma única vez. E olhe lá. 

Por que, tia Elizabete? 

É muito simples, eu não gosto dessa, digamos assim, abordagem, coisificação insultante, ou seja, dessa estética do choque que Von Trier sempre recorre para expressar a sua obra. Para mim enquanto espectadora, ora funciona, ora não. Pode ser porque não sou normal, me faltam hormônios para entender essa pataquada toda, ou, sei lá, utilizando de um argumento tosco do seu Von Trier, como não sou homem, não consigo entender certos pormenores do invento de um homem sobre uma mulher lasciva-doida-perturbada-que-me-provoca-asco como as personagens da querida Gainsbourg em Anticristo e Ninfomaníaca.  

Se a intenção do Von Trier é que a audiência odeie as duas personagens e se incomodem com os filmes, comigo funcionou que é uma beleza. E, muito provavelmente terei probleminhas com pessoas que se divertem com filmes assim. Da mesma feita, gente que acha Amour do Haneke lindo.

É, decerto me faltam hormônios. E não sinto a menor necessidade de repô-los.

Bisous.

Iamgem: La Coloriste.

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