segunda-feira, 24 de março de 2014

Perto do Coração Selvagem

Esta publicação é originalmente do meu antigo blog Reverbera, querida!, tomei a liberdade de publicá-la aqui, porque né, o texto e imagens são de minha autoria.


Como faz tempo que não deixo por aqui uma recomendação de leitura, como amanhã entrará no ar escritos que têm a ver com Clarice, decidi deixar por agora a ousadia singela de indicar, de corpo e d'alma abertos, Perto do Coração Selvagem. 

 Perto do Coração Selvagem é o romance que inicia a carreira de Clarice, publicado em dezembro de 1943. Apesar da boa recepção da crítica, premiado e tudo, houve um certo levante de vozes, ao começar pelo o "epíteto" da autora, Clarice Lispector: "essa autora de nome desagradável". Mal sabia o crítico em questão que era o nome da Clarice mesmo. Isto é citado naquela entrevista, famosa, a última entrevista de Clarice. 

 O livro é sobre Joana, que narra sua história em dois planos, a infância e o início de sua vida adulta, através de uma fusão temporal entre o presente e o passado. O interessante e extraordinário é a geografia interior de Joana. Aquela coisa da revelação que permeia todos os escritos da Clarice, porque viver é revelar-se, ainda que seja para si mesmo. Deixar-se ser. 

 Há quem diga que o título é uma referência à epígrafe de James Joyce ("Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida"), que ela, obviamente negava. 

A capa linda que abre a postagem foi criada por Matisse para a tradução francesa. 



  Já esta acima, capa e contracapa, da minha edição. Uma terceira edição saída da Editora Sabiá. Dos meus livros favoritos de Clarice, que para mim, tem o final mais incrível de toda a literatura:

 "de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo." 

 Inté.

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