terça-feira, 28 de outubro de 2014

Mês do Terror - Sexto Sentido


Eu assisti ao Sexto Sentido no cinema, sem ler nada a respeito, sem ter conversado com amigos antes. E é mais ou menos por culpa do Sexto Sentido e do Labirinto do Fauno que me alimento de todos os spoilers possíveis, porque se eu gostasse de emoção que leva a ataques cardíacos, eu amaria montanhas russas. E eu as odeio.

Mas engana-se quem pensa que o filme de Shyamalan se sustenta  em sustos e diálogos macabros (eu vejo gente morta). O roteiro, assinado pelo próprio diretor, mostra o psicólogo infantil Malcolm Crowe (Bruce Willis) e sua intensa dedicação para ajudar o garoto Cole Sear (Haley Joel Osment), que além de ser extremamente introvertido, revela ainda ter a capacidade de ver pessoas mortas. O doutor vê no menino a chance de remediar um erro do passado, no qual ele falhou com um paciente com características semelhantes a Cole. 

O roteiro é irretocável, com diversos momentos de tensão, suspense crescente, mas o grande diferencial do Sexto Sentido é a sutileza com que aborda o tema. Os fantasmas são meros coadjuvantes e não a atração principal. Há uma tristeza assombrada no filme ou asombrando o filme, mais do que as aparições. A dificuldade do psicólogo em reconquistar o amor de sua mulher ao mesmo tempo em que luta para resolver o caso de Cole. O garoto, que além de não ter amigos, ainda convive com o pavor de ver alguém morto a qualquer momento. Temos ainda a mãe, que não consegue estabelecer um diálogo com o filho, impossibilitando assim que ela compreenda as razões de seu comportamento. As atuações de Bruce Willis e Haley Joel Osment são, sem dúvida, um dos trunfos do longa. Conseguimos facilmente simpatizar com suas personagens, e sofrer com suas angústias e temores. 

 A reviravolta final virou cult e é comentada até hoje, tanto que não é incomum encontrar quem saiba o final sem ao menos ter assistido ao filme. Contudo, o atemporal d'O Sexto Sentido não está apenas na surpresa que inquieta aqueles que o visitam pela primeira vez, mas também na capacidade de emocionar, mesmo assustando.

Boo.

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