quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Now the jingle hop has begun ♥


A ceia de natal da nossa família não é bem uma ceia de natal típica do Brasil. Ou do Rio. Ou mesmo do Ceará. É que fui assimilando coisas de gente bacana que passou pela minha vida, tipo a Dona Mozarina, minha vizinha mineira de Brasília. Já contei a história da rabanada, que praticamente, só eu fazia do meu círculo de amizades. 

Sempre achei estranho quando alguém me perguntava onde eu iria passar o natal. Porque quase todo mundo ia pra casa de alguém no interior, ou na serra ou simplesmente no bairro da avó. E eu não tinha avó ou avô ou tia. 

Quando eu era criança, bem pequena, os irmãos do meu pai passavam parte do dia lá em casa. Faziam galinha guisada, ao molho pardo e um peru. Lembro da farofa de miúdos e de muito vinho e uvas em caixas de madeira. E as rabanadas. Quando meu pai morreu, não tinha mais nada. Era um frango de churrascaria, uma farofa básica e uma cidra. Eu comia fingindo que era uma ceia, assistindo os especiais de natal da tv, a casa com cheiro de tinta nova, porque todo mundo pinta a casa pras festas de fim de ano. 

Mais velha eu comecei a fazer a ceia, e a primeira que fiz teve galinha assada e creme de galinha. Creme de galinha que não sabia fazer direito no primeiro natal. Já no outro, finalmente fiz peru, arrumei a casa com pisca-piscas e acertei o creme de galinha. Não sei se as outras família cearenses fazem creme de galinha para o natal, mas a gente aqui em casa faz. E a minha receita afrancesada, que não leva amido de milho e é feita com creme de leite fresco. Há anos a ceia é a mesma: peru assado no vinho e manteiga (manteiga, margarina não), farofa de bacon defumado e passas, salada russa e creme de galinha. Muito panettone, chocottone, porque amamos chocolate. Sempre faço cookies, rabanada e uma floresta negra, que entrou para o cardápio natalino aqui em casa desde o século XIX. No Rio acrescentei tâmaras, castanhas portuguesas (que não encontrei em Fortaleza), damascos e cerejas frescas. 

No Rio comemorava natal e ano novo com uma família imensa, as comidas frias, o chester borrachudo, os presentes sem graça. De volta à Fortaleza nossa ceia é ao redor de nós mesmos, novamente. Manhãs de marshmellow e pijama. Especial dos Simpsons. Nada de Roberto Carlos, graças. Esqueceram de mim. Pão de coco é bom e dá uma rabanada exótica. Jingle bell rock.

Inté.


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