segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Golden Globe 2015 e suas surpresas




Quando a gente pensa que nada pode surpreender, tipo, uma cerimônia do Golden Globe que estava assim, murcha, insossa, sem graça, com gente feia ganhando - que é o de sempre, porque todo mundo sabe que o Golden Globe é vendido - as surpresas vêm e são bacanas, e são lindas.

Primeira surpresa



 Como treinar seu Dragão 2 ganhando prêmio de melhor animação. Sim o filme é do tipo blockbuster, muito dinheiro envolvido na causa, bilheteria absurda, então qual o motivo da surpresa? Porque não é o tipo de animação que ganha Golden Globe. Geralmente é a indicação tão rica quanto, só que favorita, e às vezes não tão boa. E Como Treinar seu Dragão é das animações muito muito boas. Tudo bem, em termos de técnica de animação não há nada de mais, só que em termos de história e conteúdo a conversa é outra. Baseada na série de livros homônimo - que eu super recomendo que vocês leiam, leiam muito, leiam pra caramba - é divertida, é rica e tem sua profundidade. Como não amar Toothless (Banguela)? Apesar do fundo fantástico, com dragões alados na era dos vikings, no âmago da história a gente vê que Como treinar seu dragão fala de amizade, de família e de crescer, que às vezes dói. As relações estabelecidas entre pessoas queridas e toda a complexidade dessas relações. Inclusive a perda.

Segunda surpresa



Amy Adams ganhando por Big Eyes, como melhor atriz de comédia. Um filme do Tim Burton, gente! Eu não tinha a menor esperança. Ninguém tinha, nem ela mesma rs. E eu amei Big Eyes e eu amo Amy Adams.

Terceira surpresa. A maior surpresa da noite.



Hotel Budapeste ganhando como melhor filme de comédia e/ou musical. Ganhou de Birdman, que era o favorito. Fora que é Wes Anderson, que é tipo, um novo Tim Burton, que todos amam odiar, porque trabalha com uma estética completamente diferente, fora dos padrões e das caixinhas da vida.

Como sempre, o mundo pitoresco de Wes Anderson foi criado para parecer uma maquete perfeita, que alimenta os sonhos de quem é fã dessa estética, tipo euzinha. O Grande Hotel Budapeste é um resort excêntrico, segue a ideia de uma incrível casa de bonecas, cheia de cômodos coloridos, personagens intrigantes, histórias, diversão, confusões e mistérios. A assinatura de Wes Anderson é marcada por imagens simétricas e detalhadas, que foram envolvidas por um clima nostálgico para oferecer uma experiência única. É uma homenagem ao cinema clássico, arrancando sorrisos e suspiros durante os seus 100 minutos de duração. 

Wes Anderson provou que não tem medo de abraçar o passado e sair da realidade e eu acho que aí que reside o problema das pessoas com diretores como Wes Anderson e o próprio Tim Burton, as realidades alternativas, a arte como escapismo. Não entendo essa necessidade do povo de que a realidade seja retratada, até porque, por mais que um filme se aproxime da realidade, nunca será realidade, visto que, antes de qualquer coisa, tratamos de ficção, de projeção, mesmo em documentários, porque vida não é vivida em pedaços e em recortes. Mas continuando. Wes Anderson é dos poucos diretores do cenário atual com a capacidade de articular uma visão tão original aos meios para expressá-la com liberdade. Não há dúvidas que as principais características, que diferenciam Wes Anderson dos demais, são sua sensibilidade e estética predominante. 

E vocês viram que eu amo amo amo The Grand Hotel Budapeste? Pois é. E Amei Big Eyes, então fiquei super feliz. E surpresa com os globos de outo 2015.

Bisou.


2 comentários :

  1. Adoro o Grande Hotel Budapeste. Adorei o prêmio!
    Vamos ver se ele sai do Oscar com algo também, rsrs

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    Respostas
    1. Amei! Mas eu duvido que ganhe Oscar. Ficará ente Boyhood, Garota Exemplar e Birdman.

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Sejam educados, seus lindos!

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