sábado, 10 de outubro de 2015

Mês do Halloween - A garota que anda à noite



Ao lado de Babadook e Under the skin, foi o melhor filme que assisti em 2014, profundamente melancólico, instigante e renovador do gênero filme de vampiro.

Eu já tirei muita onda de filme iraniano. Não por causa da renomada lentidão, mas sei lá, alguma coisa nos filmes iranianos que assisti não me agradava, sei lá. Mas isso durou até A Girl Walks Home Alone at Night ou em português, A garota que anda à noite. Dirigido pela estreante Ana Lily Amirpour é um filme americano, mas a história se passa no Irã, numa cidade fictícia chamada Bad City, em que coisas estranhas acontecem.

A cidade fantasma iraniana, lar de prostitutas, drogados, cafetões e outras almas perdidas, mergulhas na sordidez e abandono fantasmagórico do contexto, é um bastião da depravação e da falta de esperança, onde uma jovem vampira persegue seus habitantes, digamos mais desagradáveis. 

Ao mesmo tempo em que o longa renova a temática vampírica, resgata alguns elementos primordiais, como evidenciar a essência gótica e melancólica, cuja fotografia em preto e branco só enaltece. O jogo de luzes e sombras é fantástico e casa perfeitamente com a trilha sonora, que é outra grande marca do filme. É simples e por isso mesmo pode parecer vago, porém é preciso estar alerta aos detalhes e se deixar levar pela sensação que o filme provoca. 

Nosso protagonista, o jovem Arash (Arash Marandi) sofre com problemas financeiros por conta do pai viciado em heroína, enquanto a vampira (Sheila Vand) sai pelas ruas em busca de sangue e aproveita para dar uma de justiceira atacando os cidadãos fora da lei. Quando os dois por coincidência se conhecem, o encanto acontece e dá início a um romance atípico. O longa é silencioso e permeado de mistérios, conhecemos um pouco da vida de Arash, mas não sabemos muito do restante dos personagens. A figura enigmática da vampira de burca é algo bastante interessante, porque ela é frágil, mas também assombrosa. 

O filme é baseado numa graphic novel da cineasta e também num curta de 2011 que ela dirigiu. É uma história que passeia pelos velhos clichês envolvendo vampiros, mas que traz uma nova roupagem, principalmente por ser ambientada em uma pequena cidade abandonada do Irã, lugar sombrio repleto de seres decadentes e violentos. A trilha sonora colabora imensamente para a apreciação, músicas dos anos 80 e canções iranianas fazem o diferencial nas cenas, que em sua maioria são estáticas. É um filme cult que proporciona uma nova experiência para admiradores do tema, e assim como.

Boo.

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