quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mês do Halloween - Nosferatu (1922)



Quando terminei de fazer a lista, com a ajuda de vocês (obrigada, seus lindos) e fui conferir calmamente todas as películas indicadas, percebi que um tipo de filme se repetia, o filme sobre vampiros. E não é difícil de entender, porque a figura do vampiro seduz, encanta e perturba a humanidade há séculos, não é à toa que ganhou as telas de cinema, já na época do cinema mudo.

E o primeiro filme de vampiros da lista é justamente o clássico de F. W. Murnau, Nosferatu, que nada mais é do que uma adaptação não autorizada da obra prima de Bram Stoker, Drácula. Na adaptação de Murnau, Hutter (Gustav von Wangenheim) é um agente imobiliário que viaja até os temidos montes Cárpatos para vender um castelo. Só que numa visita aos porões do castelo, o agente encontra um caixão, onde o estranho conde Graf Orlock (Max Schreck) dorme, e descobre que o conde é na verdade um vampiro milenar. O agente volta para Bremen, na Alemanha, a sua terra natal, mas o conde também segue viagem no porão de um navio e sua chegada provoca pânico na cidade. Mas o conde acaba se apaixonando por Ellen (Greta Schröder), a esposa de Hutter, e esta será a chave para a solução dos problemas do agente. Troquem os nomes que temos a história de  Bram Stoker. 

Dirigido por Murnau, o clássico fantasmagórico “Nosferatu, uma sinfonia de horrores” faz uma releitura da famosa história, com nomes trocados e algumas modificações, criando imagens impressionantes, como a p´ropria figura do Nosferatu, tudo sob forte influência do expressionismo alemão. 

A atmosfera é fantástica, criando um clima de terror através do cuidado com o roteiro e a fotografia, que pintou à mão a película do filme, tingindo a tela em tons de azul, amarelo e vermelho em muitas cenas, o que além de ter função narrativa, já que as cores dividem ambiente externo e interno, além de separar o dia da noite, aumenta o clima fantasmagórico do longa, que mais parece um pesadelo, como é de praxe ao surrealismo.

A atmosfera de horror criada pela direção de arte capricha no visual sombrio dos lugares por onde o conde passa, infestando de ratos o navio, por exemplo, e criando um castelo assustador na Transilvânia, com cômodos enormes e um porão tenebroso, onde fica o caixão do vampiro. 

 Apesar de ser aterrorizante, Nosferatu não provoca sustos como os filmes contemporâneos, é mais util, marcado pela trilha sonora espetacular e sombria. Ainda assim, tem imagens perturbadoras o suficiente para ficar na memória por muito tempo, como a entrada de Orlock no quarto em que Hutter dorme, o momento em que Orlock acorda no porão do navio e a clássica imagem de sua sombra na parede enquanto sobe as escadas. Estas imagens fortes e horripilantes estabeleceram um padrão para o cinema de horror que viria a seguir. 

Aliás, Max Schreck como o conde vampiro Orlock, dá a impressão de realmente estarmos vendo um vampiro na tela. Seu olhar penetrante e sua aparência nada agradável, aliado ao perfeito clima criado por Murnau, garantem uma atuação perturbadora e marcante. Curiosidade: a atuação de Schreck é tão magnética, que após o lançamento de “Nosferatu”, passou a correr no meio cinematográfico a lenda de que o ator alemão era um vampiro de verdade, interpretando a si mesmo, o que dá a exata ideia do impacto causado por sua grande atuação. Inclusive existe um outro filme sobre isso, A Sombra do Vampiro.

 Boo.

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