terça-feira, 20 de outubro de 2015

Mês do Halloween - Seven



Conheci o filme tardiamente, dica de uma conhecida, e foi meu primeiro contato com o trabalho do diretor David Fincher. E é difícil começar uma introdução sem citar um outro filme de Fincher, como Clube da Luta ou Garota Exemplar. Mas vamos logo para Seven. 

Na abertura em flashes do filme vemos o psicopata arrancar a pele dos dedos para retirar suas impressões digitais, evitando com isso, que elas possam ficar gravadas no local do crime. A história do filme se desenrola em sete dias e se passa na chuvosa e sombria cidade de Los Angeles, onde dois detetives, que apresentam características bem diferentes, acabam de se conhecer e são encarregados de uma arriscada investigação. 

Passamos logo para a morte de um homem que havia sido assassinado pela sua esposa. O detetive William Somerset, interpretado por Morgam Freeman, visita o local do crime no exato momento em que o perito afirma: "crime passional". O detetive ironizando responde: "Olhe a paixão na parede". Somerset é um policial maduro, reflexivo, solteiro e solitário, admirado pela sua experiência, mas bastante cansado. A sete dias de sua aposentadoria, conhece o detetive David Mills, interpretado por Brad Pitt, um policial jovem, impetuoso e cheio de ilusões, recém transferido de uma pacata cidade do interior para substituir Somerset. É casado com Tracy, professora de escola primária, interpretada por Gwyneth Paltrow. Somerset, antes de sair de casa, num gesto extremamente simbólico, aciona o metrônomo, disposto sobre sua mesa de cabeceira. A apenas sete dias de se desligar da corporação, acontece o primeiro dos sete crimes capitais. 

 Morgan Freeman é um dos grandes gênios do cinema norte-americano, conhecido também por Conduzindo Miss Daisy, Um Sonho de Liberdade, Menina de Ouro, já foi até Deus rs, fica difícil não ser parcial em relação a Freeman. Do outro lado temos Pitt, excelente ator de filmes alternativos, do tipo que se entrega á personagem e ainda, o genial Kevin Spacey como John Doe (João Ninguém) o psicopata. Conseguir achar algo ruim em Seven é impossível.

Somerset que não vê a hora de deixar seu cargo na polícia para poder descansar, isso até entrar no caso dos sete crimes capitais, caso misterioso e complexo, ao lado do novato Mills. O serial-killer pragmático realiza seu trabalho seguindo os sete pecados capitais, estuda pessoas que cometem gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e vaidade e as mata através dos próprios comportamentos, que as levaram a ser escolhidas. 

A complexidade e linearidade muito bem estudada do assassino ao executar seus crimes fecham o filme com um dos finais mais incríveis do cinema. A atuação de Kevin Spacey é espetacular, a indiferença em suas expressões durante o filme mostra bem como age esse tipo de pessoa, para seu personagem, tanto faz morrer, matar ou viver, uma das frases mais marcantes do filme é dita por ele: “Nós vemos um pecado mortal em cada esquina, em cada lar, e o toleramos. Toleramos porque é comum, é trivial” Somerset também possui um diálogo incrível com a esposa de Mills, nesse filme que não é apenas sobre a morte e o serial-killer, mas sim um filme sobre a vida, e o quanto ela é injusta muitas vezes. Ele fala sobre o aborto de uma ex-companheira “não há um dia em que eu não pense que fiz a coisa certa (quando chegaram a conclusão que o honesto seria abortar), mas não há um dia que eu não tenha preferido tomar outra decisão”. E complementa: “como criar um filho neste mundo?”

Se vossa mercê ainda não assistiu Seven, faça o favor.

Boo.

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