segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A Nova Bruxa De Blair


Com spoilers


Quem me conhece sabe o tanto que gosto de filmes de terror/horror/suspense e o escambau e como eu já estava sendo cobrada, por conta das postagens de filmes de terror no mês do Halloween. Mas como eu gosto de variar, decidi que faria diferente,e optei em resenhar alguns filmes pontuais, como dicas (ou não-dicas rs) do que é assistir sobre o gênero, agora nesse mês do trick or treat.

E vamos começar pela tão falada nova versão da Bruxa de Blair, Bruxa de Blair, que vocês sabem eu adoro. Dezessete anos se passaram desde que o original estreasse e fizesse história. Fez história como um dos filmes mais originais e assustadores dos últimos anos (até hoje) e fez história por recriar um gênero no cinema: o dos filmes found footage, hoje espremido até a última gota de sumo e originalidade. De lá pra cá muito mudou, mas uma coisa continua igual: o medo. Especialmente, o medo do desconhecido continua lá, firme e forte dentro de cada um de nós. E era justamente o desconhecido o grande trunfo de A Bruxa de Blair.

Ao não mostrar nada, o filme conseguia ser mais assustador que muitos outros que mostravam demais. Ao não explicar, o filme deixava o medo no ar. E foi assim que se tornou um novo clássico do cinema até hoje aterrorizante e que não parece em momento nenhum datado. Mas eis que resolveu-se que estava na hora de trazer o filme aos cinemas novamente. Ponto negativo para a ideia, que pegou um longa completamente original e colocou-o no balaio de sequências que invadem o cinema atual. O filme é ruim? Não. Ainda é melhor que muita coisa que o cinema de terror tem feito atualmente. Mas era necessário ou será tão marcante quanto o primeiro? Claramente não.

O enredo: 17 anos depois do primeiro, o longa se propõe a contar a história do irmão da protagonista de 1999, Heather, ao redor do desaparecimento. James, o irmão, então vai com amigos à malfadada floresta onde tudo aconteceu. E, claro, tudo poderá acontecer novamente. O novo longa é muito mais um “remake atualizado” do original que uma sequência. É o mesmo cenário, os personagens são semelhantes, as situações e inclusive os sustos são semelhantes. O que difere, além dos atores, é que desta vez o filme se data e, em dois ou três anos poderá ser considerado obsoleto. Se em 1999 tudo o que os personagens tinham eram câmeras de mão, agora são câmeras auriculares, drones, celulares e controles remotos, que colocam tanta tecnologia em tela quanto sustos. Claro que no final, tudo terá sido em vão, e só terá servido para “registrar” os fatos, mas isso não deixa de ser algo a se perceber. 

Se A Bruxa de Blair foi um marco, é natural que ainda esteja bem vívido na memória dos fãs. E é natural que sua(s) sequência(s) não seja(m) tão eficiente(s). Mas se deixarmos de lado o fato deste novo filme não ter a genialidade do primeiro, conseguimos nos divertir, levar sustos e até mesmo ficar com medo durante a história, que desta vez mostra um pouco mais, mas ainda assim deixa boa parte para nossa imaginação.

Sustos:
1. Noite pra sempre

Tudo bem que eu gostaria de ficar numa noite eterna (alguém me leve pra Noruega!), mas não num contexto de filme de terror. Que agonia. Não fica de dia nunca! Imagine apenas que você foi para o meio do nada, em uma floresta desconhecida, que ainda por cima, tem a lenda de uma bruxa do mal, coisas estranhas acontecendo e, para piorar toda a situação, simplesmente o sol não nasce mais. Não existem dias, apenas noites, e rapidamente se perde a noção do tempo. Divertido, não? Não. 

2. A coisa no pé da Ashley 

Uma das amigas de James corta o pé atravessando um rio logo no começo do filme. Eles fazem um curativo e a gente pensa que vai ficar tudo bem, afinal, é só um corte. Até que ela começa a ficar realmente doente por conta do corte, que infecciona e começa a pulsar como se tivesse alguma coisa vivendo lá dentro. De bônus, ganhamos a cena ~ deliciosa ~ em que a moça tira alguma-coisa-não-identificada com os dedos de dentro da perna. Me lembrou aquele filme de terror que se passa na América do Sul, com plantas assassinas, algo assim. As Ruínas, o nome. Muito ruim rs.

3. A moça partida ao meio

É, pois é. Eis que começam a surgir alguns símbolos estranhos ao redor do acampamento dos jovens durante a noite, até o momento em que uma moça, a Talia, entra em desespero e começa a surtar porque um dos "artesanatos" tinha uma mecha de seu cabelo preso nele. Ashley, é claro, acusa Talia de fazer os símbolos e quebra no meio aquele que contém o cabelo de Talia, ao que, consequentemente, Talia também se quebra ao meio. Ótimo. 

4. James e Lisa correndo em círculos 

Véi, aí você já sabe que esculhambou de vez. Até aqui, eu ainda tinha esperança de que mudassem o final, porque né, tudo igual, meu filho? Mas não. Quando os dois finalmente encontram a casa onde James acredita que sua irmã está presa (burro sinistro), a bruxa resolve brincar um pouco com o psicológico dos jovens. Eles ficam subindo e descendo escadas, completamente desesperados, um atrás do outro, sempre entrando e saindo dos mesmos lugares. O que nos leva ao próximo item...

5.  O final, é claro 

Qual é a característica que os personagens de filmes de terror tendem a ter em comum? A assustadora burrice. Você está lidando com uma bruxa, que claramente está brincando com você pra te matar depois, e, ainda assim, você entra na maldita floresta, traça os mesmos caminhos que sua irmã sumida, ou seja, continua caindo nos mesmos jogos. Dessa forma, é claro que este grupo em "Bruxa de Blair" seguiu o mesmo destino final dos outros filmes. 

Inté.

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