sexta-feira, 14 de abril de 2017

13 Reasons Why


Escrevi originalmente esta minha reflexão lá pelo Facebook, daí resolvi trazer pra cá, por motivos de que é aberto, sem necessidade de login para que se leia, e acho que tento levantar alguns porquês a série é delicada e, até perigosa.

Tenho refletido muito sobre depressão juvenil após assistir Os 13 porquês (13 Reasons Why), especialmente por eu mesma ter passado por depressão diagnosticada Mais de uma vez. Hoje, consigo perceber que passei por várias depressões ao longo da vida, sozinha e sem diagnóstico. 

Por tudo isso, tenho problemas com a romantizarão de distúrbios psicológicos, portanto tenho a ciência de que se deve evitar gatilhos psicológicos, e a série em questão pode funcionar como um, assim como Virgens Suicidas, Garota Interrompida, Redoma de Vidro e, até um certo ponto outra série, My Mad fat Diary. 

Não é como a fábula da influência que a geração passada gosta de usar, a mesma que argumenta que tudo é "histeria" e que coisas como videogames são nocivos à psique do adolescente, por conta da violência, acho que aí o problema é mais índole. E ainda, não se trata de formação de caráter, é mais profundo. Na nossa cultura ocidental, em que o sofrimento psíquico ja é imbuído no nosso dia a dia, é difícil tratá-lo na coletividade. 

Como alguém acometido de depressão clínica, acho que produções literárias e midiáticas que tratam do assunto de forma tão crua, fornecem mais do que apenas léxico àqueles que compartilham da mesma angústia, mas nunca conseguiram traduzi-la em palavras, e pode suscitar reações químicas específicas. Não é um boicote indiscriminado às produções artísticas que se dedicam às doenças mentais, mas talvez seja profilático, contra gatilhos. Não é silenciar dores, mas não piorá-las, quando quem sente essa dor enxerga-se em um personagem ou uma trama que podem fazer com que o indivíduo dê forma ao que sente.

Inté.

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