E o mês mais temido do ano já começou. Na verdade, está indo pra quinzena (graças) mas não antes de instaurar o caos. Desculpem-me leoninos de agosto, mas what a bunch of shit!
Tudo que podia dar errado meio que já deu errado. Murphy agindo forte na causa, como sempre. E o desejo diário de que agosto acabe logo. Se eu pudesse, se me fosse permitido, eu dormiria até setembro, que tem ipês e aniversários virginianos.
Mas agosto há de passar. E enquanto ele não passa, a gente sobrevive.
Caminhei 8 km nos últimos dias. Voltei a usar manequim 40, mesmo com todos os folheados de morango e sorvetes de amora. Os dias têm sido estranhamente amenos em Fortaleza. Sim, é inverno pelo país, mas no Ceará, geralmente, faz calor o ano todo e de repente marcar 18º pela manhã é quase apocalíptico, menos pra mim, que pude tomar chá pra esquentar as mãos.
Já corrigi mais de 300 textos, elaborei mais de 15 provas. Já falei de Machado de Assis, de Drummond, da Floresta Amazônica, identidade nacional, subordinadas substantivas e a simplicidade sintática dos numerais. Observei a cidade do alto do prédio da editora, na Senador Virgílio Távora. Do 11ª andar, à noite, as luzes norteiam a divisão de Fortaleza, dos prédios e avenidas de trânsito pesado, com luzes vermelhas indo e amarelas voltando, até as construções planas nos arredores do Castelão. No sinal, um rapaz toca violino. Em vez de me encantar, sinto pena. Antes eram acrobatas. Tudo muda tão rápido.
Uma hora passa.
Nutella fugiu dia desses, claro que em agosto. Foram poucas horas, algum descuido com a porta da frente. Só percebemos quando ele voltou, subindo as escadas do sobradinho. Não presta pra nada esse gato, só pra ser bonito e roubar comida da nossa mão, daí fica olhando pra gente com aquele mar de olho azul, típico gatinho de setembro.
Inté.
Imagem: @oieudesenho (Instagram das minhas ilustrações). Lápis de cor.
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