quarta-feira, 8 de abril de 2015

Hey. Wait, I got a new complaint



Frances Bean Cobain, que tem a quem puxar, deu uma entrevista para a revista Rolling Stones em que meio que desdenhou do Nirvana. Ela prefere coisas como Oasis. O.a.s.i.s. 

A entrevista, que primeiro li em pedacinhos no site Petiscos, e depois fui procurar na íntegra para ver se não estava fora de contexto, é ainda pior na íntegra do que nos retalhinhos petisquetes. Tem um ar de desdem, que não fica só no subentendido das entrelinhas, mas nos pressupostos de tudo o que foi declarado por essa garotinha de 22 anos, que se acha profundamente madura para ficar por aí soltando juízo de valor negativo sobre um mito, que por acaso é seu pai.

Posso até entender que, em vez de ter o ídolo Kurt Cobain, líder da banda que modificou o cenário musical a partir dos anos 1990, influenciando coisinhas barulhentas e legaizinhas, como Oasis, ela preferiria ter o pai, e apenas isso. É perfeitamente aceitável. E bonito. E triste, tudo junto. Heart shaped box.

Mas existem maneiras e maneiras de se lidar com a dor. Não vejo como algo bacana e natural lidar com a dor sendo babaca, com eterno ar de fuck off todos vocês que conheceram meu pai, amaram meu pai, consideram meu pai um ídolo. Fuck off a maior banda dos anos 90, a banda que mudou a música e que já era isso tudo antes do Kurt Cobain morrer, porque já era, eu vivi a época, eu sei.

Frances Bean só é Frances Bean, só tem uma voz, por causa do pai, que por acaso era o vocalista da banda que ela não gosta, preferindo Oasis (imagine o tanto que Kurt sentiria asco dos Gallagher? - não me entendam mal, eu gosto de Oasis. um pouquinho, ao menos). Qualquer outra conjectura cairia na máxima da minha querida Vera Queiroz: e se ela fosse um camundongo?

Frances Bean, que não dá a mínima eternamente para nada, possuída por um tédio eterno de 22 anos. Frances Bean, que eu não dou a mínima.

 Inté.


2 comentários :

Sejam educados, seus lindos!

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