segunda-feira, 16 de julho de 2018

Sharp Objects - You could be anywhere on the black screen



Um dos grandes lançamentos da HBO para 2018, "Sharp Objects" recebeu, antes mesmo de estrear no último domingo (8), uma alcunha incômoda: a de "nova Big Little Lies", em referência à minissérie super premiada de 2017.  Assim como sua predecessora, "Sharp Objects" tem uma estrela hollywoodiana. como Amy Adams, traz mulheres como protagonistas, é uma adaptação de um livro (mesma autora de Gone Girl) e é dirigida por Jean-Marc Vallée. Mas a comparação não é totalmente justa, já que a nova minissérie tem méritos próprios, muitos por sinal. 



Amy Adams é Camille, uma jornalista que viaja a Wind Gap, uma cidadezinha esquecida do sul dos Estados Unidos, para investigar o assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra. Acontece que Wind Gap é a cidade natal da protagonista, cheia de recordações traumáticas que ela deixou para trás há muitos anos. Ou, acha que deixou. Por conta disso, "Sharp Obejcts" não é um suspense convencional: importa menos o "quem matou" do que a exploração profunda e detalhada da psiquê aquebrantada de Camille. Assombrada pelas feridas do passado, ela tem pequenas garrafinhas de vodca como companheiras inseparáveis, alé, de cigarros, doces e analgésicos, e mantém o hábito de se cortar - daí o título da minissérie e do livro.



 A trama lembra, de certa forma, o que a mesma HBO fez na primeira temporada de "True Detective", também mais interessada na bagagem psicológica de seus personagens. Mas, em "Sharp Objects", isso acontece a partir de uma perspectiva feminina, potencializada pelo fato de Camille conviver intimamente com duas personagens tão interessantes quanto ela: sua neurótica mãe Adora (Patricia Clarkson), que não está exatamente feliz com seu retorno, e sua meia-irmã Amma (Eliza Scanlen), que dentro de casa é uma garota inocente, e fora mostra seu lado mais rebelde. 



 Cuidadosamente construída, a história tem um ritmo mais lento, a ser digerido aos poucos - como pede sua grande carga dramática. E isso está longe de ser um demérito: nos dois primeiros que já foram ao ar, a gente se sente instigado a continuar o mergulho na vida de Camille, em uma atuação fascinante de Amy Adams, mesmo quando ela se torna muito sombria. A série traz uma aura onírica à série, com belas sequências em que passado, imaginação e realidade confluem. E fora da luxuosa mansão da família de Camille, o mundo construído pelo diretor passa longe do luxosa mansão da família de Camille, o mundo construído pelo diretor passa longe do luxo de "Big Little Lies": Wind Gap é uma cidade decadente, que não esconde que há algo de muito errado por lá. Talvez exista em todas as cidades pequenas. O pacote é arrematado por uma trilha sonora que se torna parte indissociável da jornada da protagonista, com,o o primeiro episódio cheio de músicas de Led Zeppilin e, em especial, a música do final do segundo episódio, que foi ao ar ontem, Black Screen, do LCD SoundSystem.


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