terça-feira, 26 de maio de 2020

Plantas em vasos











Às vezes eu não sei bem o que estou fazendo no planeta. Sim, decerto ajudando a poluí-lo com todas as quinquilharias que lotam meu mafuá, digo, casa, estragando o ar com a minha existência. Eu não estou bem, gente.

Como falei no post passado (encarem este aqui como mais uma página do diário de quarentena, mas um diário de alguém muito muito chateado) estou trabalhando em casa, gravando as aulas que são postadas pela escola em canais e, dentro em breve, pra meu desespero, numa plataforma educacional. De começo eu tinha ajuda, mas a ajuda foi embora e eu estou me virando (ou não) com a câmera do notebook. É desesperador gravar aula de gramática sem um quadro, sem saber compartilhar slide. Quando é literatura e arte, que eu posso falar e mostrar meus livros até que vai, me sinto uma YouTuber até (isso não é legal. lembram do post sobre isso? então.) mas todo o resto, não está sendo fácil.

 Usei bastante a câmera, não só a do meu iPhone velho (porque o outro o ladrão me levou mais 500 bozolóides), mas a minha Canon. Tenho desenhado, rascunhado, aquarelado bastante, mas guardado pra outro momento. O Pinterest tem sido minha salvação pra me manter em cores e não em tons de cinza.

Tentando não entrar em colapso nervoso quando lembro dos momentos que descia a 24 de maio rumo ao Centro, passando pelos casarões antigos da rua, lamentando pela situação precária em que se encontram, aproveitando a sombra das árvores que resistem por aqui, pra ir tomar um café no Centro, ou o melhor pastel com caldo de cana do mundo (Leão do Sul) ou comer um acarajé na Praça do Ferreira com a família menos baiana do Brasil e a mais antipática (mas o acarajé é bom) e o quase colapso vem porque eu posso, nesse momento, descer a 24 de maio, os casarões e árvores estarão lá, mas tudo fechado, como uma cidade fantasma, com um ou outro mascarado, como eu, arriscando a vida pra comprar antitérmico.

Como podem perceber, a saúde mental manda lembranças, ela que já não era das melhores, dada minha ansiedade clínica, piorada ao longo dos anos difíceis e traumas. Moro no andar de cima de um sobrado alugado, não tenho quintal, não tenho jardim, só uma árvore que fica na calçada do vizinho do andar de baixo, que é filho do dono e não gosta da árvore. Vez ou outra, a gente acorda com a árvore pelada. Não, não é podada, é pelada mesmo. E toda vez eu sofro. mas agora a árvore está crescida, verde, um respiro em meio ao caos, Ela faz companhia as minhas plantas em vasos. mas cada vez mais, sinto falta de um lugar com terra e muito verde que me faça querer ficar lá. Inveja sincera de todos que têm isso. Eu tento fazer, mas nunca fica do jeito que eu quero, ou preciso. Eu sinto muita falta de ter um jardim ou um quintal, ou ambos.

 Saudades de tudo da minha vidinha de antes disso tudo. Dos meus lugares favoritos, dos meus passeios com quem amo, imortalizados por fotos ruins e fortemente censuradas "para de tirar foto de tudo". Coisas simples, bestas, bobas, mas que me faziam intensamente feliz. Mesmo sem jardim, ou quintal.

P.S.: Ontem assisti Little fires everywhere. Assistam.

Inté.

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