segunda-feira, 30 de junho de 2014

100 Unhapy days - Insônia, Exupéry e Dickens (6)


Eu tenho insônia faz alguns anos. Passei períodos em que só conseguia dormir duas horas por dia, coisa que alguns amigos duvidavam, porque, ao que parece, tem gente que gosta de fingir que é doente, triste e medicada com receita azul e tudo. Bem, eu já tinha toda a atenção que eu precisava, então, né? Amigos.

Talvez porque eu não aparentava a melancolia que carregava. Era sempre a pessoa verborrágica, dos despautérios que fazia todos rirem, a agitação encarnada. E olha, eu me cansava de mim mesma. Estas máscaras sociais que a gente usa para sobreviver em um grupo. Ou para sobreviver ao grupo.

O tempo passou, e eu me apaixonei, vamos dizer, pela vida. Voltei a desenhar e pintar, usar cores. Fui morar no Rio, mais ou menos em uma época dessas, que é inverno de verdade, de fazer frio, usar cobertas e moletons quentinhos. E voltei a dormir. Muito. E como era bom. Era muito bom estar feliz e sem máscaras. Até que aconteceu, a vida e suas reviravoltas e cá estou eu de novo, há um ano sem dormir direito. E sem inverno, mesmo que fosse o do Rio.

Quando me vejo perambulando pelo apartamento iluminado pela luz azul da tv, em que todos dormem, os erês, Miu, Justine, Benji, eu me pergunto se voltarei a dormir direito um dia, por mim mesma, sem ter mais nada como um motivo de tranquilidade e alívio do fardo que às vezes é viver. Mas sabe, a culpa é toda minha, porque aquela idiotice de frase da raposa no Pequeno Príncipe Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé (Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas) é uma besteira sem tamanho, porque ninguém tem culpa pela decepção que sentimos, a culpa é das nossas expectativas e esperanças.

Dickens em Grandes Esperanças tinha a exata noção dos nossos mais profundos dilemas, nascidos das nossas obsessões e ilusões: Suffering has been stronger than all other teaching, and has taught me to understand what your heart used to be. I have been bent and broken, but - I hope - into a better shape.

Bisous.

Imagem: Helena Bonham Carter, como uma das personagens mais assustadoras da literatura, Miss Havisham.

domingo, 29 de junho de 2014

Control


Aviso que esta postagem contém spoiler sobre o filme Control, então se não quer saber, não continue a leitura. 



 Já enjoaram de me ouvir afirmar de que cresci ouvindo Joy Division? Que bom que não. Caso contrário, pode clicar no 'x' do canto da sua tela, porque eu cresci mesmo ouvindo Joy Division e, detalhe, em uma terra em que, digamos, ouvir rock n' roll era praticamente crime. 

 Mais ou menos em 2007 li algo sobre Control, o filme biográfico sobre Ian Curtis, filme adaptado a partir da biografia escrita por Debbie Curtis, viúva de Curtis; Curtis que era, para quem não sabe, o vocalista do meu querido, cáustico e perturbador Joy Division. E óbvio que o desejo era patente e verdadeiro de assistir o bendito filme, o que só aconteceu até 2012, em uma noite modorrenta qualquer, zapeando pelas HBOs.

 A fotografia do filme (preto e branco) é incrível. Quem ouve bandas pós-punk sabe que as nuanças são por ai mesmo, um eterno estado de alma em dias de céu cinza. Mas a estória, ah a estória sobre a curta trajetória do Ian Curtis é que mexe com o que está quieto, ou deveria estar quieto. Porque todo mundo sabe que o cara se matou, quase todo mundo sabe que ele era epilético, perturbado, etcetera coisa e tal. Mas o que eu não sabia era que, além da doença, de claros problemas psiquiátricos, Ian Curtis era um escroto, daquele tipo de escrotidão chamada deslealdade, mentira e traição. 

Pois é, e assim morre um ídolo, uma persona idealizada, que encheu a minha vida de desesperança poética como  She's lost control, Love will tears apart, Dead souls. Sim, eu sou muuito passional, cara. E então Ian Curtis se tornou apenas o vocalista de uma banda que eu gosto, alguém muito infeliz, em vários aspectos.

Desculpa se eu não consigo sentir dó de alguém que, além de trair a companheira, ainda se mata na cozinha de casa, que era a casa dela, onde alimentava a filha, que também era filha dele, quer dizer, eu sou uma desgraçada insensível.

Inté.


Domingo em movimento - Ian Curtis


***

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A (des)incrível geração de mulheres



Ora vamos lá, segundo o dicionário, incrível é um adjetivo ou substantivo que se usa para designar algo que não pode ser acreditado ou que é extraordinário. Pois é, então desculpa, porque logo de cara afirmo que a nossa geração de mulheres é tudo, menos incrível. 

Mas vamos nortear as cousas, este meu posicionamento vem em contrapartida aos textinhos de fulana e sicrana. Todo mudo já leu, né? Pois é. Textos para mim recheados de posicionamentos machistas, em que dá para sentir o ranço da implicância descabida que mulheres sentem umas pelas outras, que infelizmente é verdade. Só não é verdade absoluta. Mas que existe esta porcaria de implicância, concorrência, sei lá, esta besteria, ah existe.

Afinal, o que há de incrível em uma mulher estudar, trabalhar e não seguir o exemplo das avós que cuidavam dos filhos e da casa? Nadinha de nada. O que há de tão extraordinário em uma mulher que além de trabalhar e estudar também cuida da casa e dos filhos? Eu lhes digo, nada. Só é mais cansativo, caso a criatura não tenho empregada, babá, um escravo que lhe abane, etcetera coisa e tal.

Nada disso é incrível, pelo contrário, é completamente crível e esperado, em pleno século XXI, que a criatura humana se responsabilize pela manutenção de sua vida, em todos os aspectos.

Eu fui (des)educada a não saber fazer nada de trabalhos domésticos. E eu nunca achei isso legal, mas cresci assim. Só de ruim, quando me vi lidando com a vida adulta, aprendi a cozinhar, arrumar a casa, fazer compras, apara além de livros e cosméticos, em supermercado, feiras. Meus filhos todos foram educados assim, o menino e as meninas. 

E sinceramente, às vezes eu me sinto muito mais orgulhosa do bolo que sei fazer, do que dos livros em francês que li ou dos elogios ao meu trabalho como professora e desenhista. Talvez porque o bolo me veio mais difícil.

Quanto a coisa da mulher chata ou incrível que os homens têm medo, minha gente, melhore. 


Inté.


Imagem: Lucy! Ícone da tv americana, adorável, maluca e inconsequente dona de casa da década de 1950 que queria sair da sombra do marido (latino e machista), que nunca dava certo. Foi um sopro da vontade das mulheres de fazer as cosias por si mesmas.

When the world is cold


Dia desses, assistindo de novo o meu filme bobo favorito, O Pai da Noiva, em que me acometem as mais diversas sensações, desde a alegria risística até a emoção que leva às lágrimas, me dei conta de que nunca casei propriamente dito. Sabe como é, com festa, padrinhos, daminhas, lista de presentes, todas as coisas que identificam uma festa de casamento, este símbolo da nossa civilização. Adendo - me deu vontade de escrever um 'idiota' ali antes de 'símbolo', mas né?

E eu escrevi um blog de noiva, foi como nasceu o Reverbera, que depois virou outra coisa, até que eu encerrasse a sua publicação quando me separei, ano passado.

Não sei ao certo o que sinto em relação a coisa festa de casamento hoje em dia. Só sei que sinto algo, que não é bom e nem ruim, mas está em algum lugar.

Talvez eu me sinta um pouco enganada neste aspecto, não por uma pessoa em específico, mas, quem sabe, até por mim mesma, por ter embarcado em uma coisa que há muito já havia descartado, como algo fugaz e completamente desnecessário (no meu contexto de vida), para entrar em uma fantasia digna da Disney, sonhando com saias de tule de point d'esprit, bem casados, álbuns de fotos artísticos e filmagem em super 8. Aos 30 anos, em minhas condições, tão peculiares, foi de uma ingenuidade imbecil. Talvez eu seja mesmo uma maldita ingênua imbecil.

Mas eu acredito em finais felizes, em casamentos lindos, que prosseguem para além da festa. Mas também acredito que tudo tem o seu tempo e o meu tempo já se foi. Pensar diferente é que foi o meu engano, acho que por isso me sinto enganada.

Alguém me lembra de processar a Disney?

Bisous.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Cabelo Cacheado



Eu tenho cabelos cacheados e eu gosto deles assim. Nunca alisei, nunca fiz nenhum tratamento químico que não fosse pintar. E sim, eu recebi e recebo algumas críticas, não tem legais, por conta de ser cacheada, porque vamos lidar com um fato, a maioria das pessoas gosta é de cabelo liso.

E eu acho bonito cabelo liso. E cabelo crespo. E cabelo cacheado. São todos lindos, se bem cuidados. Não vejo problema algum em quem opta por alisar os cabelos ou sei lá que outros tratamentos existam. Eu apenas me abstenho de viver a vida encarando o dueto secador & chapinha tout le jour. Fora que né, tem que se gastar uma quantia absurda para ficar, de verdade, bonito e eu sou professora, gente, então né, não tenho orçamento para gastar um salário mínimo com cabelo por mês. O que sai mais barato é o que me deixa mais feliz, usar produtinhos bons que alegrem os meus cachinhos. Fora o que me sinto livre, sem medo de chuva, desculpaê.

Bisous.

Imagem: Elizabeth Messina

Escândalo do dia - V&R


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Get thee to a nunnery - ou - The fault, dear Brutus, is not in our stars




Dia desses fui ao queridinho dos shoppings de Fortaleza, o velho e bom Iguatemi e fui visitar a Saraiva Mega Store. Confesso que quando conheci a Saraiva no Rio eu não gostei muito. Porque é aquele tipo de livraria best seller, que me enfada o juízo. Em Fortaleza nunca houve uma cultura de livrarias, mas as que existiam eram diferentes da postura da Saraiva. 

Eu sou cria do Livro Técnico, livraria que, como o nome norteia, é especializada em livros especializados, ou seja, livros acadêmicos. Eu nem sei ao certo se o Livro Técnico ainda existe, porque não vi nenhuma por aí e antes haviam algumas espalhadas pela cidade. Mas o certo é que era uma livraria para leitores de costume e não leitores de ocasião, que é este fenômeno pelo o que passamos agora.

O que diferencia um leitor de costume de um leitor de ocasião, Tia Elizabete? O de costume lê por hábito adquirido ao longo de tempos. O de ocasião lê por moda. Um leitor de ocasião pode vir a se tornar um leitor de costume. Nem sempre a leitura do tal leitor de costume não visita um best seller. Contudo, o fato é que um  leitor de costume leu e releu clássicos e textos afins, e não apenas o que está nas pilhas e pilhas que formam verdadeiras trincheiras na entrada de livrarias como a Saraiva Mega Store. E é este o meu problema com a Saraiva, que virou nos últimos meses a livraria do John Green.

Não me entendam mal, eu não odeio John Green - até já disse que odiava para meus alunos do 3ª ano por maldade. Eu sou má - também não odeio a Saraiva, inclusive comprei o meu volume único de Jane Austen in English na livraria por 40 moças da República. Mas eu não gosto dessa coisa de livraria de best seller, que só vive a coisa da venda, acima da causa do livro. Tudo bem, é um posicionamento romântico e besta, mas como sou leitora de Keats, Shelley acho que tenho licença poética para tal.

Quanto ao Green, eu o acho um escritor de talentos que eu não admiro, mas reconheço. Seu projeto literário YA (Young Adult) é, de quase todos os escritores do gênero, muito que bem elaborado, mas a estorinha da Miss Cilindro (como diz minha filhota Kelly), e esta coisa de "doentes de amor" é uma chatice. Ao menos da maneira como se desenvolve no livro, que é piegas e nada comovente. 

Eu, insensível? Eu chorei lendo Werther, chorei com alguns poemas de Emily Dickinson e sim, chorei lendo Shakespeare, pela tristeza de algumas peças e às vezes apenas pela beleza da escrita. Chorei muito com Hamlet. John Green não fez nada por mim, a não ser transformar um trecho de Julius Caesar de Shakespeare, que discutia o sistema político romano, em uma coisa melosa e modística. Daí que né? Pois é.

Inté.

Imagem: De Hamlet, perguntando se Ophelia iria para um convento.


terça-feira, 24 de junho de 2014

Blogueira lookbook


Houve época em minha parca existência que fotografava o meu lookdujour. Pois é. Durou quase um ano esta minha fase. Mas não, não se anime que não era para ir ao ar em um blog. As fotos me serviam para avaliar, desenhar à época. E eu sempre soube expressar minha persona através das minhas roupinhas. O pessoal até pensava que eu era das Modas, sempre rolava uma frustração e tristeza quando eu respondia que não, era das Letras.

E sinceramente, não havia (e não há) nada demais na maneira como eu me visto, apenas tenho noção, o que falta em 90% das blogueiras tipo lookbook, que são as mais idiotas. O fato de saber usar cores, estampas, de ter um guarda-roupa recheado de peças e acessórios com personalidade, e label desejo aqui e ali, não faz de mim, ou de qualquer uma, uma stylist, uma estilista ou uma referência. Por isso nunca faço lookdujour, mesmo sendo conhecida entre os meus como alguém que poderia. 

Sendo bem sincera, acho isso tudo ridículo. Mesmo a pessoa se vestindo bacaninha, tomando cuidado com o fundo da foto, e mais, com a qualidade da foto (e não falo de photoshop), invariavelmente eu sinto vergonha alheia. E mais, não sei se é minha chatice congênita ou minhas leituras junguianas, mas super acho que há uma carência, uma falta em algum aspecto da vida dessas pessoas, porque é muita necessidade de exposição. Como se já não fosse exposição demais criar um blog e escrever sobre a vida, sobre si mesmo ou fazer cosplay de crítico de alguma coisa por aí.

Eu não entendo estas moças.

Vocês encontrarão nos links que indico alguns blogs de lookbook, os únicos que aprecio. Aqui no Brasil tenho um carinho enorme pela Ana e pela Mica. E só. Contudo, até entre os poucos que acompanho o único que gosto de verdade é o blog da Alix. Entra ano, sai ano e Alix, ou Cherry Blossom Girl, continua linda, diferente e chic, uma referência.


















Bisous.

Marie Antoinette editorial Vogue


Lembro como hoje o dia em que fui assistir Antoinete da Coppola no Cine Dragão do Mar com minhas amigas. Tomamos um café no Santa Clara, paramos um tempo no Livro Técnico (livraria), tomamos umas cervejas deitadas no Espaço Mix e conversamos, conversamos e conversamos, como sempre, sobre tudo, desde besteiras aos assuntos mais metafísicos que você puder imaginar. 

O certo é que até hoje tenho muita dificuldade em deixar alguém novo entrar em minha vida, por conta dessas pessoas tão especiais que conheço. Mas eu sei, existe muita gente especial por aí. Escondidas. Apareçam, ok?

E qualquer coisa que vejo sobre Antoinette me lembra este dia, de cafés, risos e companhia, esperando o novo filme da Sofia Coppola.












Bisous.

Imagens: Vogue, September 2006.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sapato Branco


Eu não gosto muito de sapato branco e houve época que odiei, de verdade. Acho uma peça complicada, que tende para o brega, até para noivas. Aliás esta coisa da noiva é lugar fértil para a breguice, porque sim, tem como errar muito em termos de vestido (e sapato) de noiva.

Adendo - em Fortaleza, na época em que eu estava às voltas com grinaldas e tule, descobri que existia um sapato específico para noivas que era moda na cidade. Vinha junto no combo aluguel de vestido mais acessórios - Nossa, que legal. Não, não é - Se o sapato fosse ao menos um scarpin básico, mas não, era um sapato de plataforma, meia pata e salto quadrados e de borracha (ou plástico, sei lá). O horror, péssimo e horrendo. E era isso que a maioria das noivas achava adequado. Medo.

O certo é que, já usei muito sapatinho branco na vida. Passei a infância toda usando carinhas de boneca da Pampili e, salvo engano, meu primeiro saltinho era justamente branco. Um salto 8 cm, bico arredondado, bem mocinha. Eu tinha então uns 14 anos. E até gostava do sapato que usei durante muito tempo. Dai veio minha fase full black e comecei a detestar sapato branco. 

 Os sapatos são uma espécie de adorno final, é mais ou menos como o acabamento final de uma tela, errando a mão, a gente pode estragar o trabalho todo. No caso do sapato, não é necessário solvente e borracha, é bem menos radical: é só tirar o sapato.

O sapato não é um mero acessório, é peça fundamental de um look, tem que se harmonizar (e não necessariamente combinar), e é uma peça que fica na base da cousa. A escolha deve ser feita com carinho e cuidado. E qualquer um que tenha um pouco de noção de estilo sabe da importância do sapato.

 Peças brancas, em geral, são mais complicadas. A gente tem que se dispor a pensar com carinho e calma. Homens de sapato branco, invariavelmente, (menos Julian Casablancas) me dão vontade de rir, mas mulheres de sapato branco, por vezes me dão vontade de chorar. Ou voltar para a época do apedrejamento: euestoubrincando.

Então a que conclusão chegamos? Nenhuma. Sério. Depende de você, do que você entende de você mesma enquanto ser que se expressa (ou não) através da roupa e acessórios. Há quem fique chic de sapato branco e há quem fique ridículo, tipo bicheiro. Então, né, bom senso e canja de galinha não faz mal a ninguém.

Bisous.

Imagm: Elizabeth Messina, minha xará e favorita fotógrafa de casamentos. Mas nem em seu acervo virtual encontrei alguma imagem legal de sapato branco. A maioria das noivas de Elizabeth Messina usa brilho. Ou cor. Ou seja.

100 Unhappy Days - Nina (5)


Já deixei por aqui algumas das minhas impressões sobre Black Swan e não poderia deixar de colocá-lo no #100unhappydays, porque a história é linda, poética e triste, quase contando a história do que é ser mulher em sua plenitude. 

Porque mulher é uma coisa que causa estranhamento. Porque ser mulher não é usar salto alto, batom e provocar a lascívia alheia. Não, isso é ser a fêmea da espécie, que é o que a maioria consegue ser e que a outra maioria quer. Que bom para eles.

Mas ser a cousa mulher é algo que se encontra em algum lugar entre o surto e a razão. E, quando se vai além, é a pura essência que se encontra, quase como ler Água Viva da Clarice. Você resiste às queimaduras?

Inté.

Zodíaco Fashion - Câncer



O signo do sentimento, afetividade, envolvimento e seguramnça emocional. Carinho, zelo, cuidado, proteção são algumas das palavras que orientam a vida de um canceriano bem resolvido. São pessoas sensíveis, querem nutrir, dar conforto e às vezes suscetíveis demais às influências externas. Metáfora do signo mãe, mas não é tipo, a mãe da gente, é mais como a natureza, mãe de tudo, que cria e destrói.

 Adendo: o reverso da medalha de cancêr não é uma coisa bonita de se ver. Algumas das pessoas mais terríveis e horrorosas que já tive o desprazer de conhecer eram de câncer.


Bisous. 

 Confiram o Astro/Vogue que é um luxo. 

 Fonte: Dicionário Básico de magia e exoterismo, de Irene Monteiro, com lindas ilustrações de Renata Vilanova. Imagem: Sign Vogue, by Tim Gutt.

A Imprensa cearense e o bodismo


Sim, você leu direito, é *bodismo, de bode e não a religião, budismo. Inventei essa coisa de bodismo para me referir a reportagens ruins e um tipo de jornalismo praticado por aqui, no Ceará (sabe-se lá onde mais) que me desagrada um monte.

Uma coisa que reparei assim que voltei para Fortaleza e tive um tempinho para ligar a tv na Verdes Mares, filial da Globo aqui em terras alencarinas, é como os telejornais daqui são ruins. Tipo, muito ruins. E eu não lembrava disso. Ou não queria lembrar. Ou o meu gosto para telejornais melhorou por influencias cariocas. O certo é que não há como se comparar a qualidade.

Começa no ethos da cousa, gente mal vestida, maquiagem sofrida e figuras que não se adequam. Não estou falando de gente bonita, é de elegância mesmo. E âncora de jornal deve ser elegante, tipo o Renato Machado.

O que aconteceu com os cursos de jornalismo do Ceará? A galera boa vai toda para a mídia escrita ou vai para os grandes centros? porque olha. Comparem o Bom dia Ceará ao Bom dia Brasil: é ridículo.

Dia desses uma das matérias do Bom Dia Ceará era sobre uma especie de festa alemã aqui em Fortaleza, com "pratos típicos alemães", só que o "prato típico alemão" era um salsichão na grelha, daquele tipo de salsichão que se encontra em qualquer mercado. - Parece que a tal festa foi promovida por um restaurante  alemão de Fortaleza, desculpa, eu sou mais alemã. Saudades eternas da Casa do Alemão. - Daí o repórter tosco foi perguntar para a entrevistada, mais tosca ainda, segurando um espeto de salsichão, se ela estava preparada para experimentar, pela primeira vez, um típico prato alemão: um salsichão grelado que a gente compra no Super Família da Lagoa. Que vergonha alheia.

Outro dia a reportagem, super relevante, era sobre as comidinhas da Copa e as padarias. Ao invés de procurar uma padaria legal de subúrbio, tipo a Costa Mendes - não precisava ser a Empório Delitalia - a reportagem vai até a padaria mais acanhada (para dizer o mínimo) e pergunta para algum funcionário o truque para os quitutes coloridos na cor da bandeira, e a criatura responde que é segredo. E desde quando mesmo que anilina é segredo? Quis morrer.

Fora reportagem de bodes fugitivos, que só me lembra quando *roubaram o rabo do Bode Ioió (daí o bodismo). Vaca em rodovia é reportagem padrão. Tudo bem, acontece isso na Presidente Dutra e na Avenida Brasil. Eu já vi um galo solto na Avenida Atlântica, que deveria ser da Narcisa Tamborindeguy. Brinks. O Brasil ainda é rural, primário, sabemos disso. Mas pôxa vida, reportagem padrão de telejornal de uma capital é osso.

Bious

Imagem: O Pão, jornal do movimento Padaria Espiritual, grupo literário cearense. 

domingo, 22 de junho de 2014

Cyndi Lauper, She's so unusual



Durante muito tempo eu sofri bullying por gostar de Cyndi Lauper, porque o povo acha que ela é brega. E ela é brega mesmo, mas é alegre, feliz e saltitante. E como canta.Comecei a ouvir Cyndi Lauper na mesma época da Madonna e eu sempre gostei das duas, tipo assim, igual. As duas propostas são diferentes, uma é sexy bitch e a outra é crazy bitch. Não preciso esclarecer quem é o quem, né? Pois então.

Se Madonna me ensinou que as mulheres podem tudo, Cyndi me ensinou que ser feliz é meta de vida. Apesar da fama de brega, Cyndi ícone fashion, uma mistura de punk, clubber e vintage que só cabe a ela usar. 

Eu amo Cyndi Lauper.




Bisous.

Hoje é dia de Meryl!



Meryl Streep, como todos sabem, é uma das maiores atrizes de Hollywood, simplesmente brilhante e, me desculpem os alucinados pelo cinema americano, muito acima do cinema do qual é cria. Na verdade, Meryl pode, sem problema algum, figurar ao lado das atrizes da era de ouro, como Greta, Beth, Ava. Decerto, é ao lado delas que lhe cabe o lugar.

Lembro muito bem do primeiro filme em que vi Meryl, Ela é o diabo, um filme bobo, desses que a gente classifica como filme "sessão da tarde" e não sei bem, mas ali já me encantei por ela. Pouco tempo depois assisti Kammer vs Kramer e As Escolhas de Sofia, as duas atuações lhe renderam Oscar e Meryl roubou de vez o meu coração.

Nas antigas comunidades do Orkut (saudades eternas ) travei discussões ferrenhas para defendê-la de insultos e julgamentos sem precedentes, como o de atriz insossa e sem versatilidade. Pois é, acontece e, né, toda unanimidade é burra, já disse Nelson Rodrigues.

Lá na Página Cinema do Facebook (sigam, por favor!), em homenagem ao aniversário de Meryl, pediram para que escolhêssemos três dos seus melhores filmes. E foi difícil para mim, mas escolhi A Casa dos Espíritos (Meryl Streep e Glenn Close, apenas), As Escolhas de Sofia e As Horas

E O Diabo veste Prada, Eliza, como assim? Sim, eu adouro O Diabo veste Prada, como não amar, como não se divertir com as tiranias de Miranda e sua cabeleira platinada? Então fiquem com os ♥ descansados que por aqui não falta amor, bien?

Bisous.

O Cisne e o descontentamento

Esta publicação é originalmente do meu antigo blog Reverbera, querida!, tomei a liberdade de publicá-la aqui, porque né, o texto é de minha autoria.



Cisne negro já estreou faz algum tempo aqui no Brasil e antes mesmo de estrear, já haviam resenhas e mais resenhas o apreciando em várias perspectivas. As ditas vozes autorizadas depreciando o valor da película, e não estou me referindo à revista Bravo, que caracterizou Cisne Negro como uma cafonice. A Bravo já entrou para o seleto hall das revistinhas de meia pataca deste Brasil varonil. Mas voltando. Não faltaram escritos doutos e esmerados em desdenhar do filme, o que é mais do que esperado, já que Cisne Negro conta com o olhar carinhoso de apreciadores de artes, de moda e de dança, como o próprio Ballet Bolshoi que está torcendo em peso por uma noite vitoriosa no Oscar.  Óbvio que o discurso da crítica viria contra toda esta maré de amor por reconhecimento. Mais do que reconhecer a qualidade do trabalho feito, é o reconhecer a si, que é o que caracteriza uma obra de arte.

 A história de Cisne Negro é, em suma, a história do Lago dos Cisnes, mas não o é em essência. Nas entranhas da cousa, se fala é do feminino, é do surto e dor. Não é uma história para quem quer se divertir. Na verdade, bem distante disso, é assunto preterido por todos. A ideia da mulher, como é de fato, é rechaçada desde os primórdios da humanidade. A dor nos assola desde o nascimento e a gente simplesmente se anestesia tanto em linguagem figurada, tanto em realidade de analgésicos e afins. 

E o que falar da loucura? 

A gente nem entende direito o que é, e nem quer saber. São temas completamente marginais e estranhos, desta feita, é mais do que natural o filme causar estranhamento, que pode resultar no riso (como aconteceu na sala de exibição que fui, tão cultas que são as personas da Zona Oeste carioca #sqn) ou no desdém, como podemos ler em safra vasta por ai, até por um número considerável de mulherzinhas, que não querem entender sua realidade uterina ou, maior que isso, sua realidade de ser humano, que é filho do pesar. 

 Se as primeiras cenas, com o close nas sapatilhas de ponta (nem falo das torturantes demi-pluié, tendus, frappés) em plena atividade já não lhe fisgam, nada mais o fará. Olhos arregalados, efeitos especiais bobos, figurino de Rodarte e o diálogo próximo do clima de horror tipo arte, como da obra de Bergman e Lynch; tudo é apenas o espelho (que vira quase como um personagem do filme) das águas deste sombrio Lago dos Cisnes. 

 Inté.

Domingo em movimento - Swan


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sábado, 21 de junho de 2014

Lana Del Rey



E eu gosto de Lana Del Rey. No começo até que achava meio chato, meio que uma coisa Nancy Sinatra, que é muito chata (desculpe Frank, mas sua erê é um porre). Nancy Sinatra é aquele tipo de som de garotas enfadonhas que querem tirar onda de garotas diferentes, um dos piores tipos de bitch que pode existir. C'est fatigant.

Mas sabe, falam tão mal dela que eu me apeguei rs. Juro. Falam que Lana não canta, que ela é filhinha de papai com carreira comprada, que ela é apenas um rostinho bonito. Que preguiça dessas pessoas.

Para mim Lana é linda, Lana canta sim, a música é ótima, uma loucura com ares vintage de gente cansada querendo viver e morrer ao mesmo tempo, com jeitinho de Brigitte Bardot. Como não amar este personagem tão bacana? Sim gente, Lana Del Rey foi inventada por Elizabeth Grant, assim como Bob Dylan foi inventado por Robert Allen Zimmerman, assim como David Bowie é uma invenção de Robert Jones. E isso é bacana, é novo, é como um refresco em um dia veranesco. Rima do mal, amém.



P.S.: e eu também gosto das meninas transcendentais, tipo a Florence (linda, amo), Lorde, Birdy, St. Vincent. Mas também amo as pepekeiras, como diz a minha filha Evy, tipo Lana, todas herdeiras da Madonna Erotica, assim como as transcendentais são herdeiras da Björk.

Bisous.

We're the poison in your human machine


Quando eu tinha uns 16 anos eu era uma garota difícil, que, basicamente, só vestia preto, camiseta de banda, jeans velho e all stars mais velhos ainda (até porque eu era pobre e não tinha dinheiro para trocar de tênis a cada temporada). Colecionava vinis que eu conseguia comprar e fitas k7 dos vinis que eu não conseguia. Ouvia tudo no meu sonzinho 3 em 1 da CCE (mais conhecida como: comecei comprando errado), que eu comprei com o meu dinheirinho das aulas particulares e da bolsa de artes do museu.

E eu era bem agressiva. Sem papas na língua. petulante, cheia das coragens que, via de regra, só se tem aos 16 anos.

Mas acontece que a idade me trouxe uma certa dose de moderação. O certo é que eu continuo sem paciência para um monte de coisas, o que acontece agora é que eu não falo mais. E eu me tornei uma fingida. Finjo que ignoro, finjo que não ligo, que não me importo e é mentira.

A maioria do tempo sinto ímpetos assassinos quando escuto algum impropério, quando um escroto mexe comigo na rua, voltando do trabalho carregada de livros e provas para corrigir. Mas aqui dentro de mim, a Elizabete de 16 anos, de camiseta dos Sex Pistols quer é arremessar uma pedra no olho do idiota que mexe com mulher sozinha na rua. E eu já fiz isso, mas não com 16, e sim com 28.

Talvez a Elizabete dos 16 esteja se unido a Elizabete dos 28, ambas brigando para romper o invólucro desses meus 37.



Inté.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Chico Buarque de Holanda e o Rio



Um dia eu vi Chico Buarque de perto. Um dia em que já estava vivenciando esta minha recém adquirida liberdade sôfrega. 

Houve outros dias de aventura pelas ruas do Rio de Janeiro, ruas que nunca consegui ser íntima, como as de Brasília e Fortaleza (quem sabe). E me perdia no metrô, indo para a Zona Sul. E me perdia na Zona Sul, tentando encontrar o metrô. Mas consegui flanar um pouco, sem o charme dândi, decerto. 

E faltaram muitas coisas do Rio de Janeiro: os brechós de Copacabana, os sebos do Centro, a feira do Lavradio, a Lapa, Santa Tereza. Mas não me faltou Chico.

Uma dia de semana, procurando uma certa livrariazinha, aquela figura de cabelos grisalhos, de bermuda e chinelos, ele sim, flanando pelo Alto Leblon. Chico que cumprimentava o jornaleiro com a intimidade que me faltava pelas ruas do Rio. Chico tão elegantemente desengonçado, tão carioca, bem ali, do outro lado da rua. 

E não, eu não fui até ele. Deixei-o seguir em paz, para tomar um café, ou uma cervejinha no pé sujo metido a besta da vizinhança, como o é todo carioca.

Que bom que existe e que vi Chico Buarque de Holanda.



Bisous.

Holga, que mocinha difícil


Ontem postei mais um dos posts do Reverbera, querida!, desta vez sobre a Kodak. À época fiquei mexida com a falência da marca, que fez (faz) parte da minha vida, justamente em um momento em que estava revelando os últimos filmes 35 mm que havia usado.

Nutro um amor nostálgico e sincero por fotos analógicas, daquelas que a gente pegava o rolinho de filme e levava para revelar, coisas assim, desde que minha última câmera analógica morreu. Óbvio que acho a era digital bacana, a qualidade, a facilidade (depende da câmera né, porque as câmeras robustas são bem trabalhosas), mas sinto falta da vida de fofuras analógicas. 

Mas daí que pouco tempo depois do "fim" da Kodak, vi-me com uma Holga, que é uma câmera chinesa, criada com o objetivo de ser barata e acessível, que utiliza filme 120 mm. As lentes e o corpo são de plástico, e a qualidade dos filmes uma coisa meio onírica (para alguns é ruim mesmo), por conta das distorções nas fotos, criando um efeito de sonho, que tem sido muito procurado por fotógrafos de arte, amantes da fotografia e entusiastas metidos a besta em geral, tipo euzinha. 

Como passei minha vida toda fotografando com câmeras analógicas, achei que seria algo muito fácil tirar fotinhas lindaslindaslindas com uma maquininha de plástico e, mais ainda, arranjar um lugar bom, bonito e bacana para revelar os filmes, já que a lomografia virou o que virou, uma mania. Pois é, ledo engano o meu. 

Para começar, não sei se é por falta de costume ou pela rusticidade da Holga, uma coisa muito simples (que era lidar com uma câmera analógica) se tornou uma coisa super mega ultra difícil. Coisas tipo, colocar o filme, bater as fotinhas, tirar o filme podem se tornar um exercício de frustração. Tem que tomar cuidado com a luz, porque o filme é mais sensível, ao contrário das analógicas domésticas de 35 mm, o contador não trava a cada foto, o controle é no olhômetro e, a coisa é ao mesmo tempo que rústica (por conta da máquina), sofisticada por conta dos filmes, que são caros, delicados e de diferentes qualidades: tem filme para o dia, noite, etcetera coisa e tal. 

 Daí que veio a dor de cabeça de verdade: a revelação. Anotei em um post-it cor de rosa todos os endereços cariocas que revelavam 120 mm. O resultado foi uma porcaria. Caro, perdi quase todas as poses (todas do filme colorido) e as preto e branco não ficaram boas. Então, confesso que meio que larguei de mão. A Holga está ainda com um rolo de filme para revelar (faz uns dois anos já), que por sinal, deve ter estragado. Terminarei o rolo e levarei para um endereço aqui de Fortaleza, para ver o que pode ser feito. E decidi voltar a tentar.

Ah, os endereços que descobri aqui em Fortaleza para revelar filme:

01. Fotografe, na Major Facundo, Centro;
02. Super Film, no Shopping Benfica;
03. Casa do Fotógrafo, na Dom Luis, Aldeota.



Adendo: revelação é colocar o filme em negativo; ampliação é colocar no papel; quando acabar o rolinho, leve para um laboratório de confiança e peça apenas para revelar e, se possível, gravar em cd, porque ai você analisa em casa quais negativos merecem virar fotinha.

Inté.

Imagem: Imagens: 1. Alice in Wonderland, 2. Holga, filme black & white lady grey 1290 film 400. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Hoje é dia de Bethânia



Poucas coisas me emocionam tanto quanto a voz de Maria Bethânia. E vocês?




Bisous.

A Kodak faz parte da minha vida ♥

Esta publicação é originalmente do meu antigo blog Reverbera, querida!, tomei a liberdade de publicá-la aqui, porque né, o texto é de minha autoria.




Esta semana (meados de janeiro de 2012) a Kodak, rainha dos papéis fotográficos, dos filmes 35 mm e um dos últimos pilares da fotografia analógica, abriu concordata, um passo para fechar as portas e dar fim a uma era preciosa no que diz respeito ao registro de vida e de arte, desdobramento das artes plásticas, que é a fotografia. 


Mais uma triste coincidência em minha vida, pois fazem poucas semanas que mandei revelar os últimos filmes fotográficos, todos Kodak, que ainda restavam aqui em casa. Imagens de seis anos atrás. Os pequenos realmente pequenos, aniversários, férias, momentos que já havia esquecido. E esta mesma semana, da concordata da Kodak, chegou aqui em casa a primeira remessa de fotos digitais em papel fotográfico, hábito que muitos de nós perdemos e eu, por essa minha índole apegada, estou tentando resgatar. 

 Não acredito no fim da foto analógica, afinal, coisas bem mais difíceis de se sustentar perante a era digital, como o filme estantâneo tipo Polaroid, voltou foi tudo, por conta do Impossibel Project. E a analogia, como sabemos, virou moda, para o bem e para o mal. Lomography feelings. 

O problema é que tanto a foto instantânea quanto a analogia se tornaram uma espécie de hobby. E dos caros. Filminhos analógicos de 35mm podem chegar a R$ 50,00, e nem se fala no filme estantâneo para Polaroids 600 e 630 ou para Instax da Fuji, que chegam a R$ 100,00. Sendo que as Polaroids e afins têm a vantagem de não precisar revelar. E é ai que talvez resida o probleminha da lomografia e coisa que o valha, pois com a quebra da Kodak, é que decerto todas as casas de revelação, meio que mantidas pela marca, provavelmente terão que parar os serviços de revelação, restando apenas poucos endereços, a grande amioria da modinha Lomo e todos, obviamente, caríssimos. 

 E dá uma nostalgia ruim, porque, repara só, minha primeira câmera fotográfica foi uma Kodak, bem simplinha, de uso doméstico. Comprei em 1995 para registrar minha vida de mamãe e dona de casa. Com essa câmera registrei quase dois mil momentos da nossa vida. E veio outra analógica, uma Olimpus semi-profissional (que por sinal viajou com minha amiga Bel para a Europa e fez fotos lindas), que ficou responsável por nossos registros por algumas primaveras, até que enfim chegou a primeira câmera fotográfica digital da casa, uma Vivatar de 5 mega pixeis, que ganhei de brinde, quando comprei uma impressora fotográfica, idos de 2006. 

 Em Fortaleza revelava os filmes analógicos em uma lojinha do Centro da cidade, a Canadá Color. Os últimos foram no laboratório do Extra Montese. Aliás, vi a lojinha do Extra parar de revelar filmes analógicos e se tornar um ponto de revelação digital única e exclusivamente. Aqui no Rio procurei por endereços, achei a lista da Lomography, todos com preços dificultosos, mas acabei encontrando nessa lista uma dessas lojinhas mantidas pela Kodak Professional, com o irônico nominho de DigitALL Photo, na Cinelândia, lugar do charmoso e antigo Cine Odeon. 

 Como pretendo continuar tirando fotos analógicas, manterei vossas mercês informados de como as coisas haverão de se desdobrar. 

 Bisous. 

 Imagem: ironicamente digital, feita por mim com uma Sony Cyber-Shot DSC-W530.
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